2 meses atrás
Trump mira China ao taxar países asiáticos: manobra comercial gera tensão regional

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um pacote de tarifas sobre importações de 14 países, a maioria asiática, incluindo Japão, Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia e Vietnã. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, foi apresentada como forma de proteção à economia americana, mas analistas apontam que seu verdadeiro alvo é a China. Os países atingidos possuem fortes laços comerciais com Pequim e, segundo especialistas, a ação busca limitar esse fluxo, isolando a China das cadeias de suprimentos globais.
A estratégia envolve também o combate à prática de transshipment, que consiste em reexportar produtos chineses por meio de terceiros países para evitar tarifas. O acordo comercial firmado com o Vietnã ilustra essa abordagem: enquanto tarifas sobre produtos vietnamitas foram reduzidas para 20%, mercadorias reencaminhadas da China enfrentam taxação de 40%. Essa cláusula evidencia o foco em dificultar a entrada indireta de bens chineses nos Estados Unidos.
No entanto, a tentativa de empurrar países asiáticos para longe da China pode gerar efeitos indesejados. A China é o principal parceiro comercial de muitas dessas nações e também fonte significativa de investimentos. Analistas afirmam que exigências americanas para restringir a presença chinesa podem provocar retaliações de Pequim e colocar esses países em uma posição diplomática delicada. O temor é de que pressões americanas os obriguem a escolher entre dois gigantes econômicos.
No entanto, a tentativa de empurrar países asiáticos para longe da China pode gerar efeitos indesejados. A China é o principal parceiro comercial de muitas dessas nações e também fonte significativa de investimentos. Analistas afirmam que exigências americanas para restringir a presença chinesa podem provocar retaliações de Pequim e colocar esses países em uma posição diplomática delicada. O temor é de que pressões americanas os obriguem a escolher entre dois gigantes econômicos.
Além das dificuldades técnicas para renegociar acordos bilaterais, a imprevisibilidade do governo Trump também gera insegurança entre os países afetados. A falta de consistência nas negociações preocupa líderes que temem conceder sem garantias de estabilidade. O próprio presidente americano tem se referido a aliados históricos com termos agressivos, como no caso do Japão, acusado de ser “mimado” por não comprar mais bens americanos.
Diante desse cenário, especialistas avaliam que o sucesso da estratégia americana dependerá da disposição dos países asiáticos em atender às exigências de Washington sem comprometer suas relações com a China. Embora alguns possam buscar acordos para evitar tarifas elevadas, outros devem resistir à pressão, especialmente se considerarem que o modelo negociado com o Vietnã é frágil e pouco aplicável a contextos mais robustos. O impacto real das novas tarifas ainda está em aberto, mas já movimenta a geopolítica comercial da Ásia.
*Com infromações: DW/TV Cultura
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