Trump diz que Brasil “ficou rico” às custas dos EUA ao impor tarifas de importação

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil é um dos países que "ficaram ricos" e "sobrevivem" impondo tarifas sobre produtos americanos.

A declaração foi feita em entrevista à revista Time, em que o republicano defendeu sua política econômica protecionista como estratégia para reconstrução industrial dos EUA.

Segundo o político, se as tarifas sobre importações estrangeiras continuarem elevadas daqui a um ano, isso será sinal de “vitória total” para os EUA. “Veja o que a China fez conosco. Eles nos cobram 100%. A Índia, entre 100% e 150%. Se você olhar para o Brasil, e para muitos outros países, é isso que eles fazem — é assim que sobrevivem, é assim que ficaram ricos”, disse.

Durante a conversa, o presidente argumentou que a adoção das tarifas tem levado empresas a transferirem a produção para o território americano. “Elas estão vindo porque não querem pagar as tarifas. Lembre-se disso: não há tarifas se os produtos forem feitos aqui”, afirmou. “Você ainda não percebeu, mas isso é um enorme sucesso.”

O líder americano declarou ainda que os EUA estão arrecadando “bilhões e bilhões de dólares” com a nova política comercial, valor que, segundo ele, nunca havia sido registrado antes. “Temos fábricas sendo construídas em níveis nunca vistos. Estão entrando investimentos de até US$ 7 trilhões em novas plantas e instalações industriais”, garantiu.

O pacote tarifário, chamado por Trump de “Dia da Libertação”, foi anunciado em abril com o objetivo de promover o que classificou como “independência financeira” do páis. A medida impõe tarifas sobre produtos de 185 países. No caso brasileiro, foi estabelecida uma alíquota base de 10% sobre todas as mercadorias, exceto aço e alumínio, que seguem com taxa de 25%.

Além de criticar os parceiros comerciais, também afirmou que diversos acordos já foram fechados desde o início da imposição das tarifas e que devem ser anunciados em breve. Ele evitou dar prazos, mas afirmou que os EUA estão “se dando bem com todos” e que ele mesmo foi responsável por concluir “200 acordos”.

Até o momento, o governo brasileiro não comentou oficialmente as declarações.