Trabalho em transformação: IA ameaça cargos, mas também cria oportunidades

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Estudos indicam que cerca de 25% dos empregos globais correm risco de desaparecer por conta da IA, especialmente nas economias desenvolvidas. Ao mesmo tempo, especialistas do Fórum Econômico Mundial estimam que a tecnologia pode criar mais empregos do que eliminar, gerando até 170 milhões de novas oportunidades até 2030.

O impacto, porém, será desigual: trabalhadores em países de baixa renda serão menos afetados, mas também terão menos acesso aos ganhos de produtividade. Enquanto no passado os menos qualificados eram os mais prejudicados pela automação, agora a preocupação recai sobre profissionais com maior escolaridade, como programadores, contadores e analistas de dados.

Alguns cargos continuam mais resistentes à substituição tecnológica, como os que exigem esforço físico ou presença humana direta, a exemplo de cuidadores, operários da construção civil e bombeiros. Em contrapartida, funções administrativas estão entre as mais vulneráveis à IA.

Líderes políticos e religiosos, incluindo o papa Leão 14, vêm alertando para os riscos sociais dessa transformação tecnológica. O temor é que o avanço da IA comprometa a subsistência e a dignidade dos trabalhadores, caso não seja acompanhado por políticas públicas eficazes e inclusivas.

Contudo, economistas como Enzo Weber argumentam que a IA tende mais a transformar do que extinguir o trabalho. Ela poderia servir de apoio à força de trabalho, otimizando tarefas e elevando a produtividade, ao invés de causar desemprego em massa.

Estudos acadêmicos reforçam essa visão, defendendo que a automação pode resultar em aumento da oferta de empregos em alguns setores. O desafio, segundo especialistas, será capacitar trabalhadores e promover uma adaptação eficiente às novas ferramentas, aproveitando os benefícios da IA sem deixar pessoas para trás.