Tempo de tela na primeira infância ultrapassa recomendações médicas, mostra estudo nacional

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Quatro em cada dez responsáveis por crianças de até seis anos acreditam que os pequenos passam tempo demais em frente às telas, segundo pesquisa Datafolha encomendada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. O levantamento mostra que 78% das crianças de até três anos e 94% das que têm entre quatro e seis anos usam dispositivos eletrônicos diariamente, com média de exposição entre duas e três horas por dia.

Os dados contrastam com as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, que recomenda nenhum contato com telas para menores de dois anos e, no máximo, uma hora diária para crianças entre dois e cinco anos. Apesar disso, 38% dos entrevistados consideram o tempo atual adequado, e 22% acham que ele deveria ser maior.

A pesquisa também revela preocupações com os efeitos do uso excessivo: 56% acreditam que pode prejudicar a saúde das crianças e 42% apontam impacto negativo na socialização. Além disso, 29% dos responsáveis admitiram o uso de métodos violentos de disciplina, como palmadas e beliscões, mesmo com crianças de até três anos — práticas que apenas 17% consideram eficazes.

Outro dado alarmante é o desconhecimento sobre a importância da primeira infância. Embora os primeiros anos sejam cruciais para o desenvolvimento cerebral, 84% dos entrevistados não reconhecem essa fase como essencial. Apenas 2% souberam identificar corretamente que a primeira infância vai de zero a seis anos.

O levantamento foi feito entre 8 e 10 de abril, com 2.206 pessoas em todo o Brasil, sendo 822 responsáveis diretos por crianças pequenas. As entrevistas foram presenciais e realizadas em locais de grande circulação.

*Fonte: TV Cultura