1 semana atrás
Tecnologia contra fraudes: bomba criptografada chega aos postos e promete abastecimento justo até 2029

Fraudes em postos de combustíveis continuam sendo um problema sério no Brasil. A operação Carbono Oculto revelou um esquema bilionário envolvendo sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e adulteração de bombas em oito estados, com a participação de 1.400 agentes. Um dos principais golpes identificados foi o da bomba baixa, em que o equipamento é manipulado para fornecer menos combustível do que o indicado no visor.
Para combater esse tipo de fraude, está sendo implantada uma nova tecnologia: a bomba medidora criptografada, que será obrigatória em todos os postos até 2029. Ela utiliza uma assinatura digital inviolável que valida cada abastecimento e impede adulterações. O sistema também permite monitoramento remoto e bloqueia o acesso aos cabos de automação, dificultando a ação de fraudadores.
Em São Paulo, 171 postos já contam com a tecnologia, e o Ipem-SP lançou uma campanha para ajudar os consumidores a identificarem esses locais. Embora o custo da bomba criptografada seja de 20% a 30% superior ao modelo convencional, o setor discute alternativas de financiamento, como linhas de crédito do BNDES.
A bomba criptografada não garante a qualidade do combustível, que é responsabilidade da ANP, mas representa um avanço importante contra fraudes invisíveis ao consumidor. Especialistas alertam que postos que cometem uma fraude geralmente praticam outras, e recomendam que motoristas fiquem atentos a sinais suspeitos e busquem locais confiáveis.
A expectativa é que, com a expansão da tecnologia, aumente a pressão para que mais postos adotem o equipamento, reduzindo práticas ilegais que há anos prejudicam os consumidores.
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