Tambaqui ganha destaque em estudo da Embrapa e desponta como nova aposta para piscicultura em MS

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Pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura desenvolveram técnicas que aumentaram significativamente o desempenho do tambaqui em sistemas de tanque-rede. Os peixes chegaram a 1,7 quilo em dez meses, resultado que pode impulsionar a diversificação da piscicultura em Mato Grosso do Sul, hoje concentrada na tilápia.

O estado possui reservatórios e bacias favoráveis para a expansão da criação de espécies nativas, o que torna o tambaqui uma alternativa viável. Pequenos e médios produtores podem ser os principais beneficiados, já que a tecnologia busca ampliar a produtividade sem depender apenas da tilápia.

O avanço foi obtido com duas estratégias: uso de hormônio em fêmeas, que crescem mais rápido, e treinamento alimentar indoor, que condicionou os peixes a consumir ração com maior intensidade. Com isso, o ciclo produtivo do tambaqui se aproximou ao da tilápia, espécie dominante na região.

Mesmo sem hormônio, os resultados foram positivos. Em lotes mistos, os peixes alcançaram 1,4 quilo em dez meses, mostrando que há potencial para produtores que preferirem métodos naturais. A Embrapa também estuda aumentar a densidade dos tanques, o que pode elevar ainda mais a produção.

Apesar dos ganhos, especialistas alertam para a necessidade de avaliar os custos, já que a ração representa grande parte das despesas. Se confirmadas as expectativas, Mato Grosso do Sul pode se tornar referência nacional na criação de peixes nativos, unindo competitividade, sustentabilidade e novas oportunidades para a agricultura familiar.