Setor de celulose prevê expansão florestal de 40% em Mato Grosso do Sul até 2028

Siga-nos no

O setor de celulose em Mato Grosso do Sul deve ampliar significativamente sua base florestal nos próximos três anos. A meta é crescer 40% até 2028, passando dos atuais 1,8 milhão de hectares para cerca de 2,5 milhões de hectares de áreas plantadas, com foco em práticas sustentáveis e manejo responsável.

A projeção foi apresentada pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc, durante o evento Bracell 2030, realizado em São Paulo. O encontro reuniu representantes do poder público e do setor produtivo para discutir os rumos da bioindústria e da economia verde no Brasil.

De acordo com Verruck, o setor florestal sul-mato-grossense possui forte presença internacional, já que mais de 90% da celulose produzida no Estado é exportada. Esse cenário exige das empresas um alto padrão de gestão ambiental e social, reforçado por mecanismos de certificação e conformidade legal.

O secretário destacou que companhias como Bracell e Suzano mantêm operações baseadas em critérios ambientais rigorosos, que incluem reservas legais, compensações e licenças específicas. Juntas, as áreas de produção dessas empresas somam mais de 1,1 milhão de hectares no Estado.

Verruck também comentou os desafios do setor no reconhecimento de seus créditos de carbono, uma vez que o IPCC da ONU ainda não valida a captura feita por florestas plantadas de eucalipto. Segundo ele, o setor busca o reconhecimento de práticas como o replantio e a rebrota como formas legítimas de compensação de emissões.

Com esse objetivo, o segmento pretende levar à COP30 um documento destacando o papel das florestas plantadas na preservação ambiental e na economia de baixo carbono, reforçando a posição do Brasil como referência mundial em manejo florestal sustentável.