4 semanas atrás
Seca devastadora causa queda de 50% na produtividade de lavouras em Dourados
A falta de chuvas está impactando fortemente a produção agrícola em Dourados, no sul de Mato Grosso do Sul. Segundo a Aprosoja, a região enfrenta uma situação alarmante, com 81% das plantações de milho afetadas pela seca. A produtividade caiu drasticamente, chegando a 52,82 sacas por hectare, menos da metade das 104,85 sacas obtidas na safra anterior.
A seca prolongada deixou marcas profundas nas lavouras. Apenas 15% das plantações foram classificadas como "boas", ou seja, aquelas que não foram atingidas pela falta de chuva ou por pragas. Já 45% foram consideradas "regulares", apresentando alguns problemas, mas com potencial de recuperação. O dado mais preocupante é que 40% das lavouras estão em condição "ruim", ou seja, a perda é considerada irreversível.
Dourados, que tem uma área de plantio de 175 mil hectares, está entre as regiões mais prejudicadas. A média histórica de chuva para o mês de julho na cidade é de 40,2 mm, mas choveu apenas 38,4 mm, o que foi insuficiente para reverter a situação crítica. Em outros 31 municípios do estado, a seca foi ainda mais severa, com praticamente nenhuma chuva registrada no período.
A situação não é inédita, mas os números deste ano colocam a safra de milho como uma das três piores dos últimos 10 anos no estado. A menor produtividade já registrada na cidade foi de 20 sacas por hectare, enquanto a maior chegou a 120 sacas. Este ano, a seca não deu trégua e afetou a produção em momentos cruciais, como o florescimento das plantas e o enchimento dos grãos.
Com a previsão de término da colheita da segunda safra em setembro, o cenário de perda se consolida. Além disso, os produtores rurais enfrentam desafios para o plantio da nova safra de soja, que deve começar em breve, mas depende de condições climáticas adequadas, que até o momento, não se mostram favoráveis.
O relatório técnico da Aprosoja e da Famasul foi apresentado ao governador Eduardo Riedel na última semana, reforçando a gravidade da situação. A seca impactou diretamente 819 mil hectares no estado, com uma queda de 35% na produção total em comparação à safra passada.
O setor agrícola agora aguarda melhores condições para dar início ao plantio da soja, mas com a incerteza climática, o futuro da próxima safra também está em risco.
FALTA DE CHUVAS: A falta de umidade no solo torna quase impossível semear soja em 16 de setembro, como inicialmente previsto. A recomendação de pesquisadores da Embrapa é que os produtores aguardem outubro ou novembro, quando há previsão de chuvas mais consistentes, mesmo que isso comprometa o plantio do milho safrinha.
O plantio da soja no estado deve ser realizado até 31 de dezembro. Contudo, as condições do solo e o clima afetam o calendário de plantio.
Impactos no milho safrinha
O atraso no plantio da soja tem reflexos diretos no **milho safrinha**, que depende da colheita antecipada da soja para ser semeado. Com a semeadura tardia da soja, o ciclo do milho pode ser prejudicado, especialmente se houver chuvas insuficientes nos meses seguintes. Plantar em condições de solo inadequadas, como agora em setembro, aumenta os riscos de perdas significativas tanto para a soja quanto para o milho.
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