4h atrás
Samuel Rosa critica superficialidade nas análises musicais e alerta sobre influência sem experiência

Durante sua participação no festival Doce Maravilha, Samuel Rosa, ex-vocalista da banda Skank, fez duras críticas ao cenário atual da música e da comunicação nas redes sociais. Em entrevista ao TMDQA!, o artista mineiro demonstrou preocupação com o crescimento de discursos autoritários sobre temas complexos, como a carreira musical, feitos por pessoas sem vivência ou realizações concretas na área. Segundo ele, há uma tendência de se falar com tom professoral, mesmo sem currículo ou experiência, o que coloca em risco a profundidade e a autenticidade do debate artístico.
Samuel destacou que, ao longo de quase 40 anos de carreira, aprendeu que o sucesso musical depende de muitos fatores, incluindo o acaso e a sorte. Por isso, estranha a segurança com que alguns influenciadores digitais opinam sobre estratégias e decisões artísticas, mesmo sem nunca terem lançado um álbum ou composto um hit. Para o cantor, essa postura ignora a complexidade do fazer musical e promove uma visão simplificada e perigosa da arte, pautada mais pela persuasão do que pelo conhecimento real.
O artista também refletiu sobre a mudança no conceito de influência. Segundo ele, antigamente, pessoas se tornavam influentes por demonstrarem excelência em suas áreas — seja no esporte, na música ou em outras profissões. Hoje, no entanto, a capacidade de convencer parece ter se sobreposto à competência. Samuel lamenta que o reconhecimento esteja cada vez mais desvinculado das conquistas concretas, e que o discurso vazio esteja ganhando espaço em detrimento da prática e da experiência.
A fala de Samuel Rosa repercutiu fortemente nas redes sociais, com apoio de músicos, bandas e internautas que se identificaram com sua crítica. Muitos apontaram que esse fenômeno não se limita à música, bem como na televisão, e se estende a diversas áreas do conhecimento. O alerta do cantor serve como convite à reflexão sobre o valor da trajetória, da escuta qualificada e da humildade diante da complexidade dos processos criativos — especialmente em tempos em que o imediatismo e a superficialidade parecem dominar o debate público.
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