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15/10/2024 17h00min - Geral
4 meses atrás

Rio Paraguai atinge menor nível da história após 60 anos, agravando a crise hídrica no Pantanal


Agência Brasil ► 
Fonte: Fonte Grande FM



A seca no Pantanal atingiu um marco histórico em outubro de 2024, quando o Rio Paraguai, em Ladário (MS), registrou uma cota de -62 cm, o menor nível desde o início do monitoramento em 1900. Esse novo registro superou a marca anterior de -61 cm, registrado em 1964. 

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) já havia previsto a possibilidade desse acontecimento devido à redução nas chuvas desde outubro de 2023, o que resultou em uma estiagem severa na região. Essas características climáticas têm provocado grande preocupação sobre os impactos ambientais e econômicos na região.

A seca prolongada foi intensificada pela falta de chuvas nos últimos anos. Durante o período chuvoso entre outubro de 2023 e setembro de 2024, ocorreu um déficit acumulado de 395 mm de ocorrência, ficando muito abaixo das expectativas médias. Nos últimos cinco anos, o Pantanal obteve uma escassez de aproximadamente 1.020 mm de chuvas, o equivalente a um ano hidrológico completo. Esses dados revelam a gravidade da situação hídrica na Bacia do Rio Paraguai e reforçam a necessidade de medidas urgentes de mitigação.

A estação de monitoramento de Ladário, por ser a mais antiga e fornecer uma série de dados mais longa da região, desempenha um papel crucial no acompanhamento da seca no Pantanal. Além disso, a estação serve como referência para a Marinha nas decisões sobre navegação, uma vez que os níveis baixos afetam diretamente o tráfego de embarques. Apesar do início das chuvas na estação atual, as projeções indicam que a recuperação dos níveis do rio será lenta, com valores negativos sendo suspensos até pelo menos a segunda quinzena de novembro.

Embora o rio tenha atingido níveis críticos, ainda há água em seu leito, pois as cotas negativas são baseadas em bases históricas. A descida do nível do rio tem desacelerado graças às primeiras chuvas da estação, mas espera-se que o processo de recuperação seja gradual e não rápido o suficiente para aliviar a crise imediatamente. Além de Ladário, outras estações na Bacia do Rio Paraguai também registraram níveis preocupantemente baixos, como em Porto Murtinho (MS) e Barra do Bugres (MT).

O Serviço Geológico do Brasil, além de monitorar os rios, oferece suporte aos municípios afetados por crises hídricas por meio do Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (Siagas), que ajuda a identificar fontes alternativas de água. Uma parceria entre o SGB e outras instituições, como a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), permite uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos e a implementação de políticas públicas para enfrentar os desafios trazidos pela seca extrema.



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Grande FM
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