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26/06/2025 19h00min - Entretenimento
2 semanas atrás

Raul Seixas ganha série com estilo marcante e promessa de retrato profundo do Ídolo


Divulgação/ Raul Seixas: Eu Sou - Foto: Ariela Bueno ► 
Fonte: Fonte Grande FM



A série Raul Seixas: Eu Sou, novo lançamento do Globoplay produzido pela O2 Filmes, tenta retratar a trajetória do icônico cantor baiano, mas tropeça logo nos primeiros episódios. Com estreia marcada para o dia 26, a produção dirigida por Paulo Morelli e Pedro Morelli busca explorar a complexidade do artista, falecido em 1989. No entanto, o que se vê é uma abordagem simplista e caricata de uma figura multifacetada da música brasileira.

O primeiro episódio abre com uma cena em que Raul é confundido com um impostor durante um show em 1982, em evidente estado de embriaguez. Logo depois, volta-se brevemente à infância do músico, mas o foco principal recai sobre sua mudança para o Rio de Janeiro ao lado de Edith Wisner e sua banda Os Panteras, na tentativa de construir carreira como artista. Após o fracasso inicial, ele se torna produtor da gravadora CBS e inicia uma parceria com a PolyGram.

No segundo capítulo, a história mergulha no encontro de Raul com Paulo Coelho, então influenciado pelo ocultismo e pela contracultura. Mesmo resistente, o escritor aceita colaborar com Raul, e dessa união nasce Krig-ha, Bandolo! (1973), o primeiro álbum solo do cantor. Entretanto, o sucesso comercial da obra não recebe atenção detalhada nesses episódios iniciais.

Apesar do apuro visual e musical, a série enfrenta problemas narrativos sérios. As atuações de Ravel Andrade (Raul) e João Pedro Zappa (Paulo Coelho) carecem de naturalidade, dificultando a imersão. Os diálogos, excessivamente expositivos, remetem mais a uma novela que a uma cinebiografia ousada, comprometendo o ritmo e aprofundamento dos personagens.

A tentativa de condensar a complexidade de Raul Seixas em frases simplificadas resulta numa figura quase bidimensional. Sua trajetória como produtor e pensador visionário é pouco explorada, dando lugar a uma imagem de músico inconsequente que persegue a fama. Isso empobrece o entendimento de sua real contribuição à cultura nacional.

O risco, apontado pela crítica, é que ao ignorar as múltiplas camadas de Raul — das provocações filosóficas às influências esotéricas, da genialidade criativa à autodestruição — a série comprometa não só os episódios iniciais, mas a percepção do público sobre sua relevância artística.

Raul Seixas: Eu Sou ainda busca encontrar o tom ideal para representar toda a complexidade do artista. Os próximos episódios terão a oportunidade de mergulhar mais fundo na trajetória do Maluco Beleza e revelar, com mais nuances, o homem por trás da lenda.

Veja o Trailer: RAUL SEIXAS: EU SOU — TRAILER EXCLUSIVO À BILLBOARD BRASIL



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