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03/04/2025 19h30min - Ciência
3 meses atrás

Raio-X da Terra revela que crosta ‘escorre’ embaixo dos Estados Unidos


Canva/Grande FM 92,1 ► 
Fonte: Fonte Grande FM



Uma pesquisa inovadora publicada na revista Nature Geoscience revelou um fenômeno intrigante sob os Estados Unidos: o escorrimento litosférico. Esse processo ocorre quando a parte inferior da crosta terrestre derrete lentamente, formando bolhas de rocha fundida que eventualmente afundam no manto superior, afinando a crosta. Embora não apresente riscos imediatos aos habitantes, essa descoberta oferece uma visão aprofundada sobre os complexos processos que moldam o planeta.

O estudo foi conduzido pelo sismólogo Junlin Hua, utilizando dados do Consórcio EarthScope e um avançado modelo computacional. Essa tecnologia permitiu criar uma espécie de "raio-X" da crosta, identificando áreas onde a litosfera está mais fina. O fenômeno afeta estruturas chamadas crátons, partes estáveis e antigas da crosta terrestre, sendo o cráton norte-americano particularmente impactado na região central dos EUA.

Os cientistas associaram a causa do escorrimento ao movimento da placa tectônica Farallon, que há milhões de anos está sendo subduzida sob a placa norte-americana. Esse processo altera o fluxo de rochas derretidas no manto terrestre, enfraquecendo a base do cráton e favorecendo o escorrimento. Além disso, o fenômeno é relevante para compreender como os continentes se formam, se fragmentam e são reciclados ao longo do tempo.

O geofísico Thorsten Becker destacou que o estudo fornece pistas importantes sobre as interações entre o manto profundo e a litosfera mais rasa. Ele explicou que esse tipo de pesquisa é essencial para desvendar a evolução do planeta e os processos geológicos que afetam a superfície terrestre, como ocorreu nos Andes e no Planalto da Anatólia, na Turquia.

Apesar de fascinante, o escorrimento litosférico acontece em uma escala de tempo extremamente lenta, ao longo de milhões ou bilhões de anos. Por isso, ele não representa perigo imediato para as populações da região, mas abre novas possibilidades de investigação para entender melhor a dinâmica interna da Terra.



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