Primavera 2025 será marcada por transição climática e impactos na agricultura

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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou o Prognóstico Climático para a primavera de 2025, que começa em 22 de setembro e termina em 21 de dezembro. A estação será marcada pela transição entre os períodos seco e chuvoso, com influência da umidade vinda da Amazônia, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e parte do centro-sul da Região Norte.

No Nordeste, os acumulados de chuva devem ficar abaixo de 100 milímetros em áreas como o norte do Piauí e o noroeste do Ceará. Já as temperaturas devem se manter elevadas em boa parte da Região Norte, no interior nordestino e em áreas centrais do país.

A previsão indica que episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) podem ocorrer já na primavera, trazendo chuvas ao Sudeste, Centro-Oeste, Acre e Rondônia. No Sul, há possibilidade de eventos intensos como Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM), com chuvas fortes, ventos e granizo. O aumento das chuvas favorece o início do plantio das culturas de verão.

O Inmet aponta neutralidade no fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS), mas com tendência de resfriamento no Oceano Pacífico Equatorial. Projeções indicam 65% de chance de transição para La Niña no trimestre outubro-novembro-dezembro, o que pode alterar o padrão de chuvas no país.

Na Região Norte, a previsão é de chuvas próximas ou abaixo da média, com exceções no Amazonas, Acre e Amapá. As temperaturas devem ficar até 2°C acima do normal em estados como Roraima, Pará e Tocantins. A combinação de calor, baixa umidade e falta de chuva pode aumentar os riscos de queimadas, especialmente em outubro.

O Nordeste terá chuvas abaixo da média no centro-oeste da região, enquanto o centro-leste pode registrar volumes próximos ou acima da média. As temperaturas devem permanecer elevadas, com destaque para o sudoeste do Maranhão. No Centro-Oeste e Sudeste, o retorno das chuvas é esperado entre outubro e novembro, com temperaturas acima da média.

Na Região Sul, os volumes de chuva devem se manter próximos da média histórica, com algumas áreas ultrapassando os 300 milímetros. As temperaturas também devem ficar acima do padrão, principalmente no centro-oeste do Rio Grande do Sul. A possível chegada da La Niña levanta preocupações sobre impactos na safra de verão, com riscos de doenças fúngicas no trigo e déficit hídrico em áreas do interior nordestino.