3 meses atrás
População indígena continua sofrendo com a falta d’água em Dourados

A escassez de água potável continua sendo um desafio diário para moradores da Reserva Indígena de Dourados, que abrange as aldeias Jaguapiru e Bororó e abriga cerca de 20 mil pessoas. Mesmo após a mobilização ocorrida no final do ano passado, que levou ao bloqueio da rodovia MS-156 e confronto com a polícia, a situação ainda não foi resolvida.
Em resposta aos protestos, foi formada uma força-tarefa com a perfuração e ativação de novos poços artesianos, numa tentativa de melhorar o abastecimento. No entanto, o problema persiste: as bombas instaladas em muitos desses poços queimaram, e a falta de eletricistas para fazer a ligação correta impede o funcionamento dos equipamentos. Em algumas localidades, nem os reparos feitos garantiram o retorno da água às torneiras.
A população continua dependendo de caminhões-pipa ou busca alternativas improvisadas, o que compromete o mínimo necessário para higiene, alimentação e cuidados com a saúde — especialmente nos períodos de estiagem e altas temperaturas.
Lideranças indígenas reconhecem os esforços, mas cobram efetividade. “A perfuração dos poços foi um passo importante, mas sem eletricista, bomba nova não resolve”, pontua uma das lideranças locais. Para elas, a distribuição da água ainda é desigual, e o sentimento geral é de frustração.
A expectativa é de que, nas próximas semanas, a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e outros órgãos envolvidos providenciem os profissionais necessários para ativar os sistemas de abastecimento. A reserva de Dourados, uma das maiores em área urbana do país, segue na espera por soluções definitivas e estruturadas para um problema que afeta diretamente a dignidade da sua população.
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