7 meses atrás
Pesquisadores validam sistema de consorciação entre soja e forrageira
Embrapa valida sistema "antecipasto" para Integração Lavoura-Pecuária
Pesquisadores da Embrapa, com suporte da Fundação Agricultura Sustentável (Agrisus) e da Jarbas Barbosa Agricultura e Pecuária (JBAPec), concluíram com êxito a validação do "Antecipasto", um novo sistema de consorciação entre soja e forrageira destinado a ser adotado em sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP). De acordo com o divulgado pela Embrapa, após testes em propriedades rurais de Mato Grosso do Sul, a tecnologia demonstrou resultados promissores.
Segundo a Embrapa, no "Antecipasto", parte do período de plantio da forrageira é realizada em cultivo consorciado na entrelinha da soja, possibilitando a antecipação da formação de pastagem sem afetar a produtividade de grãos da oleaginosa. Os pesquisadores vislumbram oportunidades para validar o sistema em diversos estados brasileiros, incluindo Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Roraima, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia.
Para os pecuaristas, essa solução pode mitigar a escassez de pasto durante a estação seca, bem como os atrasos e falhas no estabelecimento das pastagens. Para os agricultores, representa uma chance real de expandir áreas com sistemas integrados de produção, adquirir terras a preços acessíveis e melhorar as condições do solo.
O sistema "Antecipasto" é particularmente recomendado para produtores que já adotam ILP nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, especialmente durante a estação seca/inverno, quando há maior necessidade de produção de forragem para alimentação animal.
Segundo o pesquisador Luís Armando Zago, a pesquisa enfrentou desafios nas décadas de 1990 e 2000 ao buscar o estabelecimento de forrageiras em consórcio com soja. Dificuldades como perda de produtividade da soja e controle de plantas daninhas foram superadas com estratégias como a escolha de capins de pequeno porte, como o Panicum maximum cv. BRS Tamani. Uma das estratégias para melhorar a competitividade da soja é optar por capins de baixo porte e que se estabeleçam lentamente. No mercado, destacam-se variedades como BRS Tamani, Massai e BRS Paiaguás, desenvolvidas pela Embrapa Gado de Corte (MS) em parceria com outras instituições. Em ensaios realizados, o Panicum maximum cv. BRS Tamani se mostrou mais adequado, com seu crescimento interrompido pela sombra da soja ao fechar das entrelinhas, retomando seu desenvolvimento com a queda das folhas da oleaginosa. Já as cultivares precoces de soja tendem a ter um crescimento vegetativo vigoroso e fecham rapidamente as entrelinhas, inibindo o crescimento exagerado do capim.
Outra medida importante é o planejamento da semeadura, com a soja sendo plantada primeiro, seguida pela forrageira na entrelinha. O intervalo ideal entre as semeaduras é de 14 a 21 dias após a emergência da leguminosa. Uma defasagem menor aumenta o risco de competição, enquanto uma maior pode levar à morte das plantas de capim devido ao excesso de sombreamento.
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