4 meses atrás
Pesquisadores brasileiros inovam cultivo de arroz com maior sustentabilidade

O arroz é um alimento crucial para milhões de pessoas em todo o mundo, mas seu cultivo tradicional é uma fonte significativa de emissões de metano, um potente gás de efeito estufa. Pesquisadores da Esalq/USP, em parceria com a EMBRAPA e a University of Florida, estão revolucionando essa prática ao explorar novas técnicas de irrigação para reduzir essas emissões e mitigar o impacto ambiental do cultivo de arroz.
Utilizando o modelo agrícola DSSAT, os cientistas testaram pela primeira vez simulações de emissões de metano em sistemas de arroz sob diferentes práticas de irrigação em condições subtropicais no Brasil. O estudo, realizado ao longo de quatro safras consecutivas no Rio Grande do Sul, avaliou métodos de irrigação intermitente e por aspersão, que mostraram resultados promissores.
Os resultados revelaram que a irrigação intermitente pode reduzir as emissões de metano em até 80%, sem comprometer a produtividade do arroz. Essa técnica foi adaptada para as condições subtropicais brasileiras, oferecendo uma alternativa mais sustentável ao método tradicional de irrigação por inundação.
A irrigação por aspersão, outra prática avaliada, também se mostrou altamente eficaz. Em simulações de longo prazo, essa técnica não apenas reduziu significativamente as emissões de metano, mas também economizou água e manteve altos níveis de produtividade. Os pesquisadores desenvolveram um índice para medir a eficiência da água em relação às emissões de metano (CWMP), mostrando que a irrigação por aspersão é 52% mais eficiente que os métodos tradicionais.
Além dos benefícios práticos, o estudo representou um avanço científico significativo, com ajustes fundamentais no código do modelo DSSAT para melhor simular as condições específicas de solos brasileiros. A calibração incluiu a regeneração do solo e a fração de poros preenchidos por água, elementos cruciais para a produção de metano.
Esses resultados têm implicações globais, oferecendo uma base científica sólida para o uso de modelos agrícolas na gestão da sustentabilidade. O estudo, financiado pela FAPESP, reforça a importância da colaboração internacional e destaca a relevância do trabalho no cenário global, especialmente em tempos de mudanças climáticas e escassez de recursos hídricos.
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