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29/05/2025 19h00min - Tecnologia
3 semanas atrás

Pesquisadores alemães testam solução inovadora para armazenar energia no oceano


Reprodução/fraunhofer.IEE ► 
Fonte: Fonte Grande FM



Pesquisadores do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, estão desenvolvendo um sistema inovador de armazenamento de energia renovável no fundo do mar. Chamado de StEnSea (Stored Energy at Sea), o projeto utiliza enormes esferas de concreto submersas para armazenar e liberar energia elétrica. A ideia surgiu como uma alternativa para reduzir a ocupação de solo e criar uma solução eficiente para períodos de baixa produção de energia renovável. A tecnologia, que explora a pressão natural das profundezas marinhas, busca atuar como uma grande bateria, garantindo abastecimento contínuo em momentos de maior demanda.

Cada uma das esferas do StEnSea possui cerca de nove metros de diâmetro e pesa aproximadamente 400 toneladas. Elas são posicionadas entre 600 e 800 metros de profundidade, onde a pressão da água é intensa o suficiente para movimentar turbinas com grande eficiência. O processo de geração ocorre quando a água entra na esfera e aciona uma turbina conectada a um gerador, transformando a força hidráulica em eletricidade. Para recarregar o sistema, a água é bombeada para fora, vencendo a pressão ambiente por meio de energia da rede elétrica. Esse mecanismo cria um sistema cíclico de geração e armazenamento, fundamental para a estabilidade energética.

Um teste inicial já foi realizado com sucesso no Lago de Constança, na Alemanha. Agora, os pesquisadores planejam instalar um protótipo em escala real na costa de Long Beach, Califórnia, previsto para 2026.  No futuro, a equipe pretende construir versões maiores das esferas, com até 30 metros de diâmetro, aumentando significativamente a capacidade de armazenamento.

O projeto se destaca pelo seu baixo custo de armazenamento, estimado em cinco centavos de dólar por quilowatt-hora, tornando-o altamente competitivo em relação às soluções tradicionais. Além disso, sua instalação modular permite que seja implementado em diversos litorais ao redor do mundo, sem necessidade de grandes terrenos ou montanhas, como no caso das usinas hidrelétricas por bombeamento. O sistema também possibilita arbitragem energética, comprando eletricidade em momentos de baixa demanda e revendendo nos picos de consumo, tornando-se uma solução economicamente viável.

Apesar do avanço tecnológico, especialistas ressaltam a importância de estudos ambientais para avaliar o impacto da ocupação do fundo do mar. Até o momento, o projeto tem foco técnico, mas espera-se que futuras fases incluam avaliações detalhadas sobre os efeitos no ecossistema marinho. Se implantado em larga escala, os pesquisadores acreditam que o StEnSea poderia alcançar uma capacidade global de armazenamento de cerca de 817 mil gigawatts-hora, o que representaria um enorme avanço para a transição energética mundial.

*Fonte: Fraunhofer IEE



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