2 meses atrás
Parceria histórica inaugura comunicação quântica intercontinental no Hemisfério Sul

Um feito científico histórico acaba de ser registrado no Hemisfério Sul, com a realização do primeiro link de comunicação quântica intercontinental da região. O experimento foi conduzido por cientistas da África do Sul e da China, utilizando o microssatélite quântico Jinan-1, desenvolvido na China. Este marco na criptografia quântica envolveu a transmissão segura de dados em uma distância impressionante de 12.900 km, sendo o mais longo link quântico intercontinental do mundo, conforme publicado na renomada revista científica Nature.
Realizado em outubro do ano passado, o teste aconteceu na cidade sul-africana de Stellenbosch, escolhida por suas condições climáticas ideais, incluindo céu limpo e baixa umidade. Essa configuração foi crucial para o sucesso na transmissão de imagens criptografadas entre estações terrestres na África do Sul e na China. Esse experimento reafirma o compromisso dos cientistas em avançar a tecnologia quântica como um mecanismo altamente seguro de comunicação.
A comunicação quântica se diferencia por sua base na mecânica quântica, utilizando propriedades únicas de partículas como fótons para garantir segurança inigualável na transmissão de dados. O sistema empregado no experimento utilizou Distribuição Quântica de Chaves (QKD), gerando em tempo real uma taxa excepcional de 1,07 milhão de bits seguros durante uma única passagem do satélite Jinan-1. Esse nível de segurança é essencial para prevenir qualquer tentativa de interceptação ou cópia de informações.
A China tem liderado o campo da comunicação quântica, desenvolvendo redes terrestres de fibra óptica de alta tecnologia, como a que conecta Pequim a Xangai, ao longo de 2.000 km. Os esforços também são impulsionados pelo físico quântico Jian-Wei Pan, conhecido por liderar o desenvolvimento do primeiro satélite quântico, Micius, e por realizar um marco anterior em 2017: o link quântico intercontinental de 7.600 km entre China e Áustria.
Este avanço, concretizado pela parceria entre África do Sul e China, abre as portas para uma nova era de comunicação no Hemisfério Sul e no mundo. Além de reforçar a posição desses países na vanguarda da pesquisa quântica, ele estabelece um passo crucial rumo à democratização da tecnologia, permitindo a sua aplicação em escala global.
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