Pantanal ganha voz na COP30 com apoio de artistas e ativistas brasileiros

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Durante a COP30, que acontecerá em Belém (PA) em novembro, o Pantanal será tema central de uma campanha que une grandes nomes da música brasileira e defensores do meio ambiente. A ação busca inserir os ecossistemas úmidos nas pautas globais sobre mudanças climáticas.

A mobilização conta com a participação de artistas como Lenine, Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Rafa Kalimann, Eric Terena, Gabriel Sater, Malu Rodrigues e Carlos Renó. Eles se juntaram a ativistas como Gustavo Figueiroa, Luciana Leite e Monica Guimarães em um vídeo que propõe um olhar mais atento para o Pantanal e outras áreas úmidas, que têm papel essencial na regulação do clima.

A iniciativa é liderada pelas organizações SOS Pantanal, Documenta Pantanal e Environmental Justice Foundation (EJF), e pretende ampliar o reconhecimento da importância desses ambientes durante o evento internacional. O conteúdo da campanha, incluindo uma carta aberta, está disponível nas redes sociais do Instituto SOS Pantanal.

Apesar de cobrirem uma pequena parcela da superfície terrestre — cerca de 6% — os ecossistemas úmidos são altamente eficientes na retenção de carbono, superando outros biomas em capacidade por metro quadrado. Ainda assim, estão entre os mais ameaçados, sofrendo com incêndios, avanço da agricultura, drenagem e exploração desordenada.

O Pantanal, maior área úmida contínua do planeta, viveu uma tragédia ambiental em 2020, quando aproximadamente um terço de sua extensão foi consumido pelo fogo. A destruição resultou na emissão de cerca de 115 milhões de toneladas de dióxido de carbono, número comparável às emissões anuais de países europeus como a Bélgica.

Para reforçar a campanha, dois espetáculos beneficentes serão realizados no Theatro da Paz, em Belém, durante a COP30. Os eventos têm como objetivo arrecadar fundos para ações de preservação e oferecer ingressos gratuitos a jovens de projetos sociais locais, promovendo inclusão e conscientização.

A expectativa é que o Brasil, por abrigar ecossistemas únicos e de grande relevância ambiental, assuma protagonismo nas discussões climáticas e contribua para a proteção global das áreas úmidas.