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13/11/2025 10h00min - Meio Ambiente
2h atrás

Pantanal enfrenta a pior seca em 40 anos, aponta levantamento do MapBiomas


Canva/Grande FM 92,1 ► 
Fonte: Fonte Grande FM



O Pantanal passa pelo período mais seco das últimas quatro décadas, com forte redução nas áreas alagadas e nas cheias anuais. De acordo com dados do MapBiomas, a região perdeu 75% da extensão que costumava permanecer inundada entre 1985 e 2024, passando de 1,6 milhão para apenas 460 mil hectares.

O ano de 2024 foi o mais crítico de toda a série histórica, com índice de alagamento 73% abaixo da média. Desde 1988, quando ocorreu a primeira grande cheia registrada, o bioma tem enfrentado sucessivas reduções no volume de água e aumento da intensidade das secas.

As mudanças observadas no Pantanal estão ligadas às transformações no Planalto da Bacia do Alto Paraguai, que abriga as nascentes dos rios que abastecem a planície pantaneira. Essa área se estende pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e tem sofrido significativa perda de vegetação nativa nas últimas décadas.

Entre 1985 e 2024, o Planalto perdeu cerca de 5,2 milhões de hectares de vegetação natural, resultado da expansão agropecuária e da conversão de áreas para lavouras e pastagens. Nesse período, a agricultura cresceu quase quatro vezes, impulsionada pela soja, enquanto a pecuária avançou sobre áreas antes cobertas por florestas e savanas.

A degradação da cobertura vegetal interfere diretamente no regime hídrico da região, reduzindo a infiltração da água e comprometendo o ciclo das cheias. Especialistas do MapBiomas destacam que o desmatamento e a fragilização do solo no Planalto alteram o fluxo de água que alimenta a planície, intensificando os efeitos da estiagem.

Outro fator de preocupação é a qualidade das pastagens. Em 2024, mais de 60% delas apresentavam baixo vigor vegetativo, o que indica empobrecimento do solo e perda de produtividade. Na planície pantaneira, a vegetação natural também diminuiu, com uma redução de 12 pontos percentuais desde 1985.

Nas últimas quatro décadas, a Bacia do Alto Paraguai teve 7,5 milhões de hectares convertidos em áreas de pastagem e agricultura, além de um avanço expressivo da mineração na última década. O cenário reforça o alerta para a conservação do bioma, cuja dinâmica natural de cheias e secas vem sendo profundamente alterada.



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