Obesidade infantil supera desnutrição e se torna desafio global, alerta Unicef

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A obesidade infantil ultrapassou a desnutrição como principal forma de má nutrição entre crianças e adolescentes no mundo, segundo relatório do Unicef. Atualmente, cerca de 391 milhões de jovens entre 5 e 19 anos estão acima do peso, sendo que 188 milhões convivem com a obesidade. O estudo, que analisou dados de mais de 190 países, mostra que enquanto a desnutrição caiu nos últimos anos, os casos de obesidade triplicaram.

No Brasil, esse cenário já é realidade há algum tempo. A taxa de obesidade entre crianças e adolescentes passou de 5% em 2000 para 15% em 2022. A desnutrição, por outro lado, caiu para 3%. O sobrepeso também aumentou significativamente, atingindo 36% dos jovens brasileiros. Esses números refletem uma mudança nos hábitos alimentares, com a substituição de alimentos naturais por produtos industrializados.

Segundo o Unicef, o consumo de ultraprocessados — ricos em açúcar, sal e gordura — é um dos principais fatores que contribuem para o avanço da obesidade. Esses produtos estão amplamente disponíveis em comércios e escolas, e o marketing digital tem papel decisivo ao influenciar o público infantil. A entidade alerta para os riscos à saúde, como maior propensão a doenças crônicas, incluindo diabetes tipo 2, hipertensão e problemas cardiovasculares.

Apesar do cenário preocupante, o Brasil foi citado como exemplo positivo por adotar medidas de enfrentamento, como a rotulagem nutricional frontal e a restrição de alimentos ultraprocessados nas escolas. O Unicef reforça a necessidade de ações urgentes e coordenadas para conter o avanço da obesidade infantil e proteger as futuras gerações.