Nordeste se torna potência do mel e desafia liderança nacional com crescimento recorde

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O Piauí vive uma transformação histórica na produção de mel, consolidando-se como uma potência emergente no setor apícola brasileiro. Em apenas uma década, o estado aumentou sua produção em mais de 170%, passando de 3.249,5 toneladas em 2014 para 8.829,8 toneladas em 2023, segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM 2023) do IBGE. Esse avanço colocou o Piauí na segunda posição do ranking nacional, atrás apenas do Rio Grande do Sul, com uma diferença de apenas 281,5 toneladas.

O crescimento mais expressivo, no entanto, foi no valor comercial do mel. Em 2014, a produção piauiense movimentava R$ 20,6 milhões, valor que saltou para R$ 106,9 milhões em 2023 — um aumento de 418,9%. Com isso, o estado passou a representar 11,77% do valor total da produção nacional, que chegou a R$ 908 milhões. A valorização do produto piauiense superou a média nacional, que teve alta de 188,27% no mesmo período.

Esse desempenho é atribuído a fatores como o fortalecimento do cooperativismo entre os produtores, a qualificação técnica dos apicultores e a alta qualidade do mel. Cerca de 80% da produção é destinada à exportação, o que atraiu empresas e investidores de outros estados. A organização e capacitação dos produtores permitiram ganhos de escala e maior acesso a mercados internos e externos, consolidando o estado como referência na apicultura.

Entre os municípios que mais se destacaram estão São Raimundo Nonato, com 916,6 toneladas e R$ 12,83 milhões em receita, seguido por Picos, com 672,8 toneladas e R$ 6,66 milhões. Anísio de Abreu também teve participação relevante, com R$ 5,32 milhões. Juntos, esses municípios responderam por uma parcela significativa da produção e do valor gerado no estado.

Com o ritmo acelerado de crescimento e valorização, o Piauí se aproxima da liderança nacional na produção de mel. A expectativa é que, mantendo esse desempenho, o estado possa ultrapassar o Rio Grande do Sul nos próximos anos, impulsionado pela exportação e pela crescente demanda no mercado interno.