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03/01/2024 17h00min - Geral
7 meses atrás

Neurodiversidade: a importância da inclusão

Entenda a história, a ideia por trás do conceito e por que falar sobre o assunto

Canva/Grande FM ► 
Fonte: Fonte Grande FM



Neurodiversidade é um conceito que desconstrói a ideia de que indivíduos com funcionamento neurocognitivo diverso sejam caracterizados como portadores de transtornos ou pessoas doentes. A abordagem sobre a neurodiversidade argumenta que as diversas condições neurológicas são resultado de variações normais no genoma humano.

O termo neurodiversidade foi cunhado no final dos anos 1990, quando a socióloga australiana Judy Singer, que também está no espectro do autismo, a usou para descrever condições como TDAH, transtorno do espectro autista e dislexia. A esperança e objetivo de Singer eram desviar o foco do discurso sobre as formas de pensar e aprender da rotineira ladainha de “déficits”, “distúrbios” e “deficiências”.

Rapidamente, o termo foi adotado por ativistas na comunidade autista e, logo depois, chegou a outras comunidades. Seus defensores têm aplicado o conceito para combater o estigma e promover a inclusão nas escolas e no local de trabalho.

Na verdade, o conceito de neurodiversidade desafia as visões prevalecentes das diferenças neurológicas como inerentemente patológicas, afirmando que tais diferenças devem ser reconhecidas e respeitadas como uma categoria social, em pé de igualdade com gênero, etnia, orientação sexual e outras características culturais e biopsicossociais que formam identidades dentro de uma determinada sociedade.

Para crianças com diferenças de aprendizado e raciocínio, por exemplo, a ideia de neurodiversidade tem benefícios reais. Ela pode ajudar as crianças (e os pais) a enquadrar seus desafios como diferenças, e não como déficits. Além disso, pode lançar luz sobre abordagens instrucionais que podem ajudar a destacar os pontos fortes específicos das crianças, auxiliando seus companheiros de escola (alunos e profissionais) a aceitarem as diferenças que acontecem no cérebro.Neurodiversidade como movimento social

O Movimento de Neurodiversidade é um movimento social que busca direitos civis, igualdade, respeito e inclusão social plena para os neurodivergentes. Por exemplo, o Autism Rights Movement (ARM) é um movimento social dentro do movimento da neurodiversidade que incentiva as pessoas autistas, seus cuidadores e a sociedade a adotar uma posição amigável à neurodiversidade, aceitando o autismo como uma variação no funcionamento do cérebro, e não como um transtorno mental a ser curado. Ou seja, acreditar que cada pessoa é única, e não deve haver um padrão de funcionamento cognitivo.

Frequentemente, a neurodiversidade é considerada um movimento de justiça social que se concentra em celebrar a neurodiversidade junto com a biodiversidade e a diversidade cultural. O movimento pede às pessoas que não considerem uma condição neurológica diversa (“transtornos neurológicos”) como uma deficiência, mas como uma variação da mente humana. Além disso, acredita-se que as terapias e medicamentos para alterar ou monitorar o comportamento de um indivíduo são desnecessários e antiéticos.

Neurodivergente é o indivíduo que possui uma configuração neurológica atípica – ou seja, diferente do padrão esperado pela sociedade. Além dos autistas, enquadram-se na definição de neurodivergentes pessoas com dislexia,transtorno da coordenação motora ou dispraxia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), déficit de aprendizagem (que dificulta leitura e escrita), síndrome de tourette e até mesmo transtornos psicológicos, como o transtorno dissociativo de identidade.Em suma, uma pessoa neurodivergente é definida como aquela cujo desenvolvimento e estado neurológico são atípicos e geralmente vistos como anormais ou extremos. O termo foi cunhado no movimento da neurodiversidade como um oposto para “neurotípico”, cujo significado veremos a seguir.

O que é neurotípico?

Neurotípico, neurotípica ou neurotipique são termos que se opõem a neurodivergente. Neurotípico significa ser “neurologicamente típico”, ou seja, dentro da faixa típica (média) da neurologia humana. Um indivíduo neurotípico é aquele que possui desenvolvimento neurológico considerado “normal” ou “padrão” pela sociedade.

Como posso apoiar?

Pessoas neurodiversas ou neurodivergentes geralmente sofrem de problemas de saúde mental, incluindo depressão e estresse, e muitas vezes podem ser vítimas de bullying e marginalização social. Para evitar que isso aconteça em seu local de trabalho, escola ou universidade, certifique-se de contribuir para a construção de um ambiente de trabalho acolhedor e estimulante.

Você pode, por exemplo, participar de atividades do dia de conscientização, ou simplesmente dar o exemplo diário de respeito, igualdade e inclusão.



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Grande FM
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