3 anos atrás
Mulheres ainda são minoria no mercado de Tecnologia da Informação
Apesar de ter crescido, presença feminina ainda é modesta em TI; especialistas dizem que diversidade contribui para inovação

Apenas 20% dos cargos no mercado de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil são ocupados por mulheres, segundo pesquisa da Softex em parceria com a Brasscom, realizada em 2020.
O estudo aponta que as áreas mais ocupadas pelo sexo feminino são as de qualidade, testes e suporte ao usuário, enquanto a minoria das mulheres estão em áreas como infraestrutura, segurança da informação e desenvolvimento.
O relatório "Women in Tech 2021", realizado pelo site TrustRadius, revela que os cargos de TI, principalmente os de liderança, são ocupados majoritariamente por homens. O estudo aponta que nos Estados Unidos as mulheres representam apenas 25% dos profissionais desse mercado e que ocupam cargos de nível intermediário.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2021, 51,1% da população brasileira é do sexo feminino, ou seja, são cerca de 4,8 milhões a mais de mulheres que homens no país.
Menos mulheres
A analista de DevOps Senior, Jaqueline Sá, de 34 anos, diz que a discrepância entre homens e mulheres no mercado de TI fica evidente ainda no ensino superior.
"No início da faculdade, numa turma com mais de trinta alunos, somente cinco eram mulheres. No final restaram somente três. No corpo docente, lembro que somente uma era mulher e ainda numa matéria que não era de grande importância no currículo escolar", diz.
Diversidade e inovação
De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do Distrito Federal (Sindesei DF), Marco Tulio, a falta de mulheres em cargos de desenvolvimento de TI pode desencadear problemas, como a escassez de talentos, ambiente hostil e produtos e serviços inadequados. Para ele, a diversidade em um ambiente de trabalho contribui para a inovação.
Mudanças no mercado
Apesar da presença feminina ocupar espaços de forma lenta na área de tecnologia, essa parcela tem crescido nos últimos anos. Dados levantados pelo Instituto Semesp mostram que o número de mulheres matriculadas em cursos de graduação em áreas de TI cresceu 59%, entre 2015 e 2019.
Voltando à analista Jaquelina Sá, o incentivo na primeira infância às meninas por tecnologia é uma das iniciativas que podem ser tomadas para solucionar o problema da desigualdade de gênero. Além disso, ações como criação de redes de apoio para mulheres na TI, a promoção da diversidade nas empresas, a oferta de treinamentos e cursos e o combate ao assédio moral e sexual são medidas que contribuem para sanar a disparidade de gênero no mercado de TI.
"No mercado de trabalho, é preciso alguns incentivos desde a etapa de seleção. Na organização que trabalho, o processo seletivo só continua se houver ao menos uma mulher cadastrada na etapa inicial. Além disso, é necessário que as empresas e o governo façam programas que promovam a inclusão de mulheres no mercado por meio de capacitação", pontua Jaqueline Sá.
Fonte: SBT
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