um ano atrás
Milho só dá lucro para quem colhe muito?
“A concorrência brasileira no mercado de exportação é o fator mais forte de pressão"
Segundo o que acredita a TF Agroeconômica, os preços do milho, atualmente, só apresentam lucratividade para quem tem uma produtividade fora do comum. “Para os que tem produtividade ao redor de 80 sacas/hectare o prejuízo está ao redor de 27,99%, que é a diferença entre o preço médio de mercado de R$ 53/saca, atualmente pagos aos agricultores, com os custos de produção de R$ 73,60/saca, calculados pelo Deral”, comenta.
“Se tivessem sido aproveitadas as duas altas, ou mesmo fixado preço em Chicago entre setembro/22 e fevereiro de 23, haveria chance de empate com os custos ou um pequeno lucro”, completa a consultoria.
Nesse contexto, o Índice DXY favoreceu a moeda americana nesta sexta-feira e permitiu exportações maiores, na semana. “O índice DXY - termômetro do comportamento do dólar frente a moedas fortes - operava em alta firme no fim da tarde, ao redor de 104,200 pontos. Pela manhã, o Dollar Index recuou e tocou mínima aos 103,272 pontos com a divulgação do payroll”, indica.
“A concorrência brasileira no mercado de exportação é o fator mais forte de pressão sobre as cotações e impediu uma alta mais acentuada dos preços. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) disse nesta semana que o Brasil deve embarcar entre 9 milhões e 9,377 milhões de toneladas de milho em agosto. A safra recorde no Brasil vem afetando a demanda pelo grão norte-americano”, informa.
Além disso, o clima no Meio-Oeste dos EUA ainda é motivo de preocupação. “Na semana passada, a publicação Pro Farmer divulgou estimativas que vieram abaixo dos números mais recentes do USDA, o que gerou essa expectativa. Alguns analistas, porém, ainda querem esperar para ver qual é o real impacto do tempo quente e seco sobre a safra”, conclui.
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