7 dias atrás
Malha aérea encolhe no Brasil e deixa cidades do interior isoladas, apesar de recorde de passageiros em 2025

A malha aérea brasileira sofreu uma retração significativa nos últimos dois anos, passando de 162 aeroportos com operações comerciais em 2023 para apenas 137 em julho de 2025, segundo a Anac. Mesmo com o recorde de 11,6 milhões de passageiros transportados no mês, o número de cidades atendidas caiu, refletindo dificuldades estruturais enfrentadas pelas companhias aéreas, como alta nos custos dolarizados e aumento do IOF.
A Azul foi a empresa mais impactada, encerrando operações em 14 cidades, principalmente no interior do país, e abandonando mais de 50 rotas. A LATAM também suspendeu trechos como Rio de Janeiro–Natal e São Luís–Teresina. Essas mudanças afetam diretamente a conectividade de regiões menos rentáveis, onde o transporte aéreo é essencial para deslocamentos rápidos e integração nacional.
Moradores de cidades menores, especialmente no Norte e Nordeste, são os mais prejudicados. Com o fim das rotas, passam a depender de ônibus, barcos ou viagens longas até outros aeroportos. O isolamento aéreo compromete o turismo, os negócios locais e até serviços públicos como saúde e segurança, além de encarecer as passagens nos trechos restantes.
O governo federal anunciou medidas para estimular a aviação regional, como linhas de crédito do FNAC e incentivos na Reforma Tributária. Especialistas reforçam que, em caso de cancelamento de voos, os passageiros têm direito à reacomodação ou reembolso integral, e podem recorrer a canais oficiais como o Consumidor.gov.br e o Procon.
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