2 anos atrás
Mais de um quarto das crianças e adolescentes brasileiros tem colesterol alto
Alto consumo de alimentos ultraprocessados intensifica o aumento de colesterol em crianças e adolescentes

Uma revisão de estudos desenvolvida por pesquisadores da Escola de Enfermagem da UFMG constatou que, segundo parâmetros da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mais de um quarto das crianças e adolescentes brasileiros (27,4%) têm colesterol alto e 19,2%, 1 em cada 5, alteração no LDL, também conhecido como “colesterol ruim”. Os pesquisadores analisaram 800 artigos e selecionaram 47, que totalizaram amostra de 62.530 voluntários, entre 2 e 19 anos de idade, residentes em todas as regiões brasileiras.
O estudo foi publicado na revista científica Archives of Endocrinology and Metabolism..
Segundo o pós-doutorando do Programa de Pós-graduação em Enfermagem Dr. Thales Philipe Rodrigues da Silva , um dos autores do estudo, a metodologia utilizada exige ponderação ao analisar os resultados encontrados. “Observamos uma prevalência importante de alteração nos níveis do perfil lipídico. Porém, constatamos resultados muito heterogêneos porque os trabalhos usaram diferentes padrões para estabelecer os níveis de colesterol”, explicou o pesquisador.
O Dr. Thales Silva destacou que a análise dos resultados foi elaborada segundo os parâmetros da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI), dos EUA. “Os parâmetros estadunidenses são mais conservadores, lá o colesterol é considerado elevado quando está acima de 200. Aqui, o limite é de 190 para adultos e 170 para crianças, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia e de Pediatria. Assim, para as referências tradicionais internacionais, a prevalência de colesterol alto atinge 17,22% das crianças e adolescentes, e, para o Brasil, a porcentagem chega a 19,2%”, explicou o Dr. Thales Silva.
O pesquisador acrescenta que os resultados reforçam a importância de conhecer os perfis lipídicos das crianças e adolescentes. Ele também destaca a importância de recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria para desenvolver intervenções precoces nesse público, além da promoção de hábitos saudáveis que ajudam a evitar alterações nos perfis lipídicos e suas consequências.
“Diversas condições e aspectos são capazes de alterar o nível de colesterol no sangue e muitos fatores de risco são modificáveis com mudanças no estilo de vida. A pesquisa mostrou que o alto consumo de alimentos ultraprocessados é intensificador do aumento de colesterol. É preciso, portanto, reduzir esse consumo, e a prática de atividades físicas e a diminuição do tempo de uso de aparelhos eletrônicos são medidas auxiliares na prevenção e diminuição do problema”, conclui o pesquisador.
Fonte: UFMG, Com Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem.
•
Usamos os cookies e dados de navegação visando proporcionar uma melhor experiência durante o uso do site. Ao continuar, você concorda com nossa Política de Privacidade.