Interface cérebro-computador (BCI), revoluciona tecnologia médica com implante em paciente com epilepsia pela primeira vez

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A equipe da Universidade de Michigan alcançou um marco significativo ao testar a interface cérebro-computador Connexus em um paciente com epilepsia. Durante uma cirurgia já prevista para tratar a condição do paciente, os médicos instalaram temporariamente o dispositivo, que captou sinais neurais com seus 100 eletrodos minúsculos. Essa experiência serviu como uma prova de conceito, demonstrando a viabilidade de conectar diretamente o cérebro humano a computadores.

O Connexus, desenvolvido pela Paradromics, tem o objetivo de decodificar a atividade cerebral e transformá-la em comandos como digitação, controle de cursor e fala sintética. A tecnologia pode ser especialmente útil para pessoas com deficiências motoras graves, oferecendo uma nova forma de comunicação. O dispositivo envia sinais neurais por um transmissor implantado no tórax, que os transfere sem fio para um computador, onde uma inteligência artificial interpreta os padrões cerebrais.

Diferente de outras iniciativas como a Neuralink e a Synchron, a Paradromics optou por focar na alta resolução de dados. O CEO da empresa, Matt Angle, comparou o dispositivo a microfones dentro de um estádio, permitindo captar conversas específicas em meio ao ruído geral. Com até 1.681 eletrodos distribuídos em múltiplos módulos, o Connexus promete converter sinais cerebrais em fala quase na velocidade de uma conversa normal, chegando a 130 palavras por minuto.

Embora tenha demonstrado grande potencial, o Connexus ainda precisa da aprovação da FDA antes de avançar para testes clínicos. A Paradromics planeja iniciar os ensaios em 2025, focando em pacientes com ELA, AVC e lesões medulares. Os médicos responsáveis pelo estudo, David Brandman e Daniel Rubin, esperam avaliar a segurança do dispositivo e sua eficácia na restauração da comunicação.

Se os testes forem bem-sucedidos, a tecnologia pode representar uma revolução para quem perdeu a capacidade de se comunicar verbalmente ou se movimentar. A pesquisa avança na tradução direta de pensamentos em texto e fala, podendo oferecer a milhões de pessoas uma nova oportunidade de expressão e interação com o mundo.