Governo brasileiro prepara plano para atrair investimentos em data centers e inteligência artificial

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O governo brasileiro está prestes a lançar uma estratégia ambiciosa para transformar o país em um polo global de infraestrutura tecnológica. A proposta envolve a criação de um regime tributário especial para data centers e busca atrair até R$ 2 trilhões em investimentos nos próximos dez anos, com foco em inteligência artificial e tecnologias avançadas.

Chamado de Regime Especial de Incentivos para instalação de Data Centers no Brasil (RE-Data), o plano prevê isenção total de impostos federais sobre produtos adquiridos por empresas que construírem data centers no país. Também haverá isenção do imposto de importação para itens não fabricados no Brasil, como os chips da Nvidia. As vantagens fiscais podem somar cerca de R$ 701 bilhões, tornando o Brasil competitivo no mercado internacional.

Segundo o Ministério da Fazenda, cerca de R$ 1,5 trilhão pode vir de empresas estrangeiras, e outros R$ 500 bilhões de infraestrutura nacional. A ideia é adicionar até 10 gigawatts à rede de distribuição em projetos de data center, com cada gigawatt representando um investimento de R$ 50 bilhões. A parte estrutural ficará com empresas nacionais, enquanto as big techs fornecerão os computadores e redes.

Para garantir sustentabilidade, o plano exige uso de energia 100% renovável nas operações e reserva de parte da capacidade para o mercado interno. As empresas deverão ainda contribuir com 2% dos valores importados para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), gerido pelo BNDES, reduzindo riscos e fomentando a inovação.

O projeto já foi discutido por ministérios como o da Fazenda e do Desenvolvimento e está atualmente no Palácio do Planalto, onde será avaliado o momento certo para envio ao Congresso. Alterações no texto ainda podem ocorrer antes da tramitação.

Com essa proposta, o Brasil quer se firmar como um dos principais destinos para infraestrutura de tecnologia, reforçando sua soberania digital e seu protagonismo na era da inteligência artificial.