2 dias atrás
Governo avalia tornar facultativas aulas em autoescolas para obtenção da CNH

O Brasil pode estar prestes a rever uma das exigências mais caras e polêmicas do processo para tirar a carteira de motorista: frequentar autoescola. A proposta, já anunciada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, pretende tornar as aulas presenciais uma escolha — não mais uma obrigação.
A medida, que pode ser aprovada por resolução administrativa, promete aliviar o bolso do cidadão. Hoje, tirar uma CNH pode custar mais de R$ 4 mil em alguns estados — o equivalente ao valor de uma moto usada. Com a mudança, esse custo pode cair até 80%. Para quem sonha em dirigir, mas esbarra na grana, o cenário pode mudar radicalmente.
Pelo novo modelo, o candidato poderia estudar por conta própria, com ajuda de amigos ou instrutores independentes. As provas oficializadas pelos Detrans continuariam obrigatórias, mas o caminho até elas ganharia novos atalhos. O treino com veículos, por exemplo, poderia acontecer em locais fechados, como condomínios — mas circular nas ruas sem supervisão profissional seguirá sendo infração.
A ideia, segundo Renan Filho, é incluir quem hoje está à margem: estima-se que em cidades médias até 40% da população dirige sem habilitação, chegando a 60% entre mulheres. Países como Reino Unido e Estados Unidos já permitem a formação independente, sem necessidade de autoescolas, e o Brasil pode estar indo na mesma direção.
Claro, a proposta enfrenta resistência. O setor movimenta R$ 12 bilhões anuais e reúne cerca de 15 mil empresas. Mas o ministro garante: “As boas autoescolas vão continuar. Só não serão mais a única porta de entrada.”
Sem data definida para virar norma, a proposta já foi apresentada ao governo federal e pode transformar, ainda em 2025, o jeito de conquistar o tão sonhado documento.
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