2 meses atrás
Fraude do INSS: beneficiários dizem que descontos ilegais começaram antes de 2019

Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) relatam ter sofrido descontos indevidos em seus benefícios muito antes da grande fraude descoberta pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
No mês passado, uma operação investigou um esquema que teria desviado bilhões de reais de beneficiários do INSS entre os anos de 2019 e 2024. De acordo com as autoridades, os envolvidos cobravam mensalidades de forma irregular, descontadas diretamente dos pagamentos dos beneficiários, sem que houvesse autorização.
As investigações da PF e da CGU revelaram que algumas associações e entidades cadastravam aposentados de maneira ilegal, utilizando assinaturas falsificadas, para aplicar descontos nos benefícios. O valor total do prejuízo pode alcançar R$ 6,3 bilhões no período analisado.
Odilon Guimarães, de 74 anos, percebeu descontos suspeitos em sua aposentadoria há quase duas décadas. Ele afirma que os primeiros débitos, superiores a R$ 20, começaram em 2006, três anos depois de ter começado a receber o benefício por invalidez.
Segundo Odilon, em seu extrato do INSS, esses valores apareciam como "consignação", mesmo sem ele ter feito nenhum empréstimo consignado.
A força-tarefa responsável por desmontar o esquema de fraudes continua avançando e ampliando as frentes de investigação. Agora, outros órgãos, como a Dataprev, também participam das apurações, que envolvem quantias ainda maiores do que as inicialmente descobertas.
O novo foco das investigações está voltado para possíveis irregularidades em contratos de empréstimos consignados realizados por meio do INSS, com aposentados e pensionistas como vítimas.
Somente em 2023, foram registradas 35 mil queixas relacionadas à liberação de empréstimos não autorizados pelos beneficiários, conforme aponta uma auditoria do Tribunal de Contas da União.
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