2 dias atrás
Folhas de café viram insumo valioso e podem impulsionar saúde, água limpa e tecnologia verde
Pesquisadores do IFSC-USP descobriram como transformar folhas de café, antes tratadas como lixo, em nanopartículas de óxido de zinco com potencial para várias áreas. O estudo mostra que um resíduo comum pode virar material de alto valor.
A técnica usada é a síntese verde, que aproveita compostos naturais das próprias folhas para formar as nanopartículas sem químicos tóxicos. Isso torna o processo mais barato, limpo e alinhado à economia circular.
Os testes revelaram que as nanopartículas têm forte ação contra bactérias perigosas, abrindo caminho para curativos, cosméticos e possíveis medicamentos. É uma alternativa promissora diante do avanço da resistência antimicrobiana.
O material também conseguiu degradar poluentes orgânicos presentes na água, como corantes industriais. Isso indica uso futuro em sistemas de tratamento e descontaminação ambiental.
A pesquisa ainda resultou no bioReRAM, um chip experimental feito com as nanopartículas e um biopolímero. O dispositivo funciona como memória eletrônica e aponta para uma computação mais sustentável.
Para os produtores de café, a descoberta pode virar nova fonte de renda. As folhas, antes sem valor, podem ser vendidas como matéria-prima para setores de tecnologia, saúde e saneamento.
No cenário nacional, o estudo reforça o potencial do Brasil em unir ciência, agronegócio e sustentabilidade. Transformar resíduos agrícolas em soluções tecnológicas coloca o país em uma rota de inovação verde.
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