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09/10/2024 14h00min - Mato Grosso do Sul
5 meses atrás

Fim da exportação de gás boliviano para a Argentina beneficia Mato Grosso do Sul.


Reprodução: Correio do Estado  ► 
Fonte: Fonte Grande FM



O encerramento das exportações de gás natural da Bolívia para a Argentina beneficiará Mato Grosso do Sul a partir deste mês.

A redução das importações do país vizinho tem impactado negativamente o caixa do Estado, que tributa com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) todo o gás natural que entra pelo gasoduto Bolívia-Brasil.

No final de setembro, a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) confirmou que deixou de enviar gás natural para a Argentina, destinando todo o excedente de sua produção ao Brasil, a preços “igualmente competitivos”. Com essa mudança, o volume de gás natural importado da Bolívia deve aumentar de 15 milhões de m 3 por dia para 19 milhões de m 3 por dia, já que a Argentina adquiria 4 milhões de m 3 diários do país andino.

Óscar Claros, gerente de Contratos e Exportações da YPFB, explicou que o Brasil absorverá naturalmente o gás que antes era enviado à Argentina. As exportações obrigatórias de gás natural para a Argentina foram interrompidas no final de setembro, após mais de 20 anos. Claros destacou que era previsível que a Argentina buscasse autossuficiência e autoabastecimento, especialmente após as descobertas de gás na região de Vaca Muerta, há uma década.

Atualmente, a Bolívia produz 33 milhões de m³ por dia de gás natural e passará a enviar pouco mais da metade (19 milhões de m³) ao Brasil. O restante será absorvido pelo mercado interno boliviano. Em 2023, a Bolívia obteve US$ 875 milhões com a venda de gás para a Argentina, que, junto com o Brasil, tem sido o principal destino nas últimas décadas.

O gás natural já foi uma das principais fontes de receita para Mato Grosso do Sul, gerando até R$ 70 milhões por mês na década passada, quando a produção boliviana estava em seu auge e o Brasil importava pouco mais de 30 milhões de m³ mensais. Atualmente, com a importação reduzida à metade, as receitas não chegam nem à metade desses valores, mas ainda assim têm grande impacto na arrecadação, especialmente em um ano marcado pela quebra de safra no Estado.



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Grande FM
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