11h atrás
Estudos reforçam ligação entre sono profundo e prevenção do Alzheimer

Pesquisas recentes indicam que dormir bem pode ser mais importante do que se imaginava para a saúde cerebral. Além de restaurar o corpo, o sono parece ativar um sistema de limpeza no cérebro que ajuda a remover resíduos tóxicos, como as proteínas beta-amiloides, associadas ao desenvolvimento do Alzheimer.
Esse processo é realizado pelo chamado sistema glinfático, uma estrutura que atua de forma semelhante ao sistema linfático, mas localizada no cérebro. Durante o sono, esse sistema entra em ação para eliminar substâncias nocivas acumuladas entre as células nervosas.
A presença excessiva de beta-amiloides pode formar placas que comprometem o funcionamento cerebral. Quando não são removidas adequadamente, essas placas estão ligadas ao surgimento da doença de Alzheimer, segundo pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália.
Estudos sugerem que é durante o sono profundo que o sistema glinfático opera com maior eficiência. No entanto, ainda há dúvidas sobre como essa atividade varia ao longo do dia e se o sono é o único fator que influencia a remoção dessas proteínas.
Grande parte das evidências vem de experimentos com camundongos, mas pesquisas com humanos também começam a mostrar resultados relevantes. Um estudo de 2018 revelou que uma única noite sem dormir pode aumentar significativamente os níveis de beta-amiloides no cérebro.
Distúrbios como insônia e apneia do sono também foram associados a maior risco de demência. Além disso, há questionamentos sobre o impacto de medicamentos para dormir nesse processo, já que alguns estudos indicam que eles podem não estimular adequadamente o sistema glinfático.
Embora ainda haja muito a ser descoberto, os dados reforçam a importância de manter uma rotina de sono saudável. Dormir bem pode ser uma medida simples, mas essencial, para proteger o cérebro e reduzir o risco de doenças neurodegenerativas.
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