Estudo revisita “Limites ao Crescimento” e alerta para risco de colapso social até 2040

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Em 1972, o Clube de Roma publicou o estudo Limits to Growth, que utilizava o modelo computacional World3 para analisar a interação de população, produção industrial, produção de alimentos, uso de recursos e poluição em um planeta finito. O estudo alertava que o crescimento econômico ilimitado levaria a ultrapassar os limites ecológicos, podendo provocar declínio da produção e do bem-estar ainda neste século.

Quase cinco décadas depois, a analista Gaya Herrington revisitou o modelo, comparando os cenários originais com dados recentes sobre população, produção, recursos, poluição e bem-estar. Os resultados mostraram que os cenários previstos em 1972 ainda se alinhavam de forma impressionante à realidade observada, especialmente o caminho do “business as usual”, que indica queda do capital industrial, da produção agrícola e do bem-estar.

Segundo Herrington, sem mudanças de rumo, uma recessão econômica significativa poderia começar nesta década, evoluindo para um possível colapso social por volta de 2040. Ela enfatiza, porém, que o estudo não é uma previsão fatalista, mas um alerta sobre os riscos de manter o crescimento ilimitado como prioridade, mesmo com avanços tecnológicos.

O cenário mais promissor identificado no modelo é o chamado “Mundo Estabilizado”, que propõe substituir o crescimento industrial por metas de eficiência de recursos, redução da poluição e investimentos em saúde e educação. Apesar de os dados atuais estarem mais distantes desse caminho, Herrington considera que ainda há tempo para mudar a trajetória global, definindo a década atual como decisiva.

Paralelamente, outro grupo de pesquisadores atualizou o modelo World3 com dados mais precisos e maior poder computacional, chegando a conclusões semelhantes. O estudo indicou queda da produção industrial a partir de meados da década de 2020, redução populacional a partir dos anos 2030, pico da produção de alimentos no presente e acúmulo persistente de poluição com impactos de longa duração.

Análises complementares sugerem que o mundo estaria próximo de um pico global de desenvolvimento humano, com tendência de declínio nas próximas décadas. Os pesquisadores alertam que mecanismos de retroalimentação podem alterar detalhes do futuro, mas o risco de declínio simultâneo de produção, alimentos e bem-estar permanece entre 2024 e 2030, reforçando a urgência de mudanças estruturais.