2 meses atrás
Estudo revela que produção de carne no Brasil supera limites de emissão de gases do Acordo de Paris.

Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que a produção de carne bovina no Brasil gera mais poluição do que o permitido por acordos internacionais. De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica Environmental Science and Pollution Research, as emissões de gases poluentes podem chegar a 0,63 gigatonelada de CO² até 2030, enquanto a meta do Acordo de Paris é de apenas 0,26 GtCO2e.
O Brasil recentemente assumiu o compromisso de reduzir a emissão de gases de efeito estufa entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas até 2035. No entanto, a criação de gado continua sendo um dos grandes desafios ambientais, pois está ligada ao desmatamento e à liberação de grandes quantidades de poluentes na atmosfera.
Apesar desse impacto, o setor da carne bovina tem um papel muito importante na economia do país. Em 2024, o Brasil bateu um recorde no número de abates, com crescimento de 15,2% em relação ao ano anterior, consolidando sua posição entre os maiores produtores mundiais.
A pesquisa alerta que é preciso mudar a forma como a carne bovina é produzida no Brasil. Segundo Mariana Vieira da Costa, uma das autoras do estudo, o objetivo não é dizer para as pessoas comerem menos carne, mas sim discutir maneiras mais sustentáveis de produção, que não causem tanto impacto ambiental.
Uma das soluções pode ser a parceria entre cientistas e produtores rurais para encontrar técnicas que poluam menos. Segundo o estudo, o uso dessas novas tecnologias poderia gerar uma economia de até US$ 42,6 bilhões até 2030, ajudando a reduzir os prejuízos causados por mudanças climáticas e os impactos na natureza e na saúde das pessoas.
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