Estudo revela que o consumo diário de café pode alterar a estrutura do cérebro

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Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, concluiu que o consumo diário de cafeína pode reduzir significativamente o volume de massa cinzenta no cérebro humano. Publicadas na revista Cerebral Cortex, as descobertas indicam que a substância não causa danos permanentes, mas pode induzir uma plasticidade neural temporária, sugerindo a necessidade de mais pesquisas no futuro.

Nosso cérebro é composto por substâncias cinzenta e branca. A cinzenta consiste em corpos celulares neurais e sinapses nervosas, enquanto a branca é formada por feixes que conectam essas células. Estudos anteriores já haviam sugerido que o consumo de cafeína pode estar associado a reduções agudas no volume da massa cinzenta. No entanto, também há evidências de que a cafeína pode ter efeitos neuroprotetores, retardando o declínio cognitivo em doenças como Alzheimer e Parkinson. Esta pesquisa focou em investigar os efeitos da cafeína em jovens adultos saudáveis.

Vinte pessoas participaram de um experimento de dez dias, divididas em dois grupos: um grupo ingeriu três comprimidos de cafeína por dia e o outro recebeu placebo. Os volumes de massa cinzenta dos participantes foram medidos por meio de fMRI, e a atividade do sono foi monitorada usando EEG.

Os resultados mostraram uma redução significativa na massa cinzenta após o consumo diário de cafeína. No entanto, os pesquisadores não encontraram alterações na atividade do sono, sugerindo que as mudanças na massa cinzenta não estão relacionadas a interrupções no sono, mas possivelmente a um efeito específico da cafeína. O lobo temporal medial direito, responsável pela formação da memória e cognição espacial, foi particularmente afetado.

Essas descobertas ressaltam a necessidade de mais estudos para compreender melhor os efeitos da cafeína no cérebro e suas implicações a longo prazo.