Especialistas defendem uso da biodiversidade para garantir segurança alimentar

Siga-nos no

O Brasil voltou a sair do Mapa da Fome da ONU em julho, um avanço importante, mas que não significa a eliminação da insegurança alimentar. Ainda há milhões de pessoas sem acesso pleno a comida, o que reforça a necessidade de soluções duradouras.

Pesquisadoras defendem que a valorização da biodiversidade brasileira pode ser um caminho para ampliar a oferta de alimentos. Essa riqueza natural, se incorporada ao consumo, ajudaria a enfrentar a fome e melhorar a qualidade da alimentação no país.

É importante diferenciar insegurança alimentar de subnutrição. A primeira reflete a percepção das famílias sobre a quantidade e qualidade da comida disponível. Já a subnutrição mede objetivamente a ingestão calórica insuficiente para manter uma vida saudável.

A biodiversidade brasileira tem papel essencial na segurança alimentar. Ela fortalece a fertilidade do solo, ajuda na polinização, controla pragas e garante maior variedade de alimentos. Além disso, contribui para a adaptação da agricultura diante das mudanças climáticas.

Apesar dessa abundância, o consumo de alimentos biodiversos ainda é baixo no Brasil. Estudos indicam que apenas 1% da população inclui regularmente produtos como cogumelos, plantas nativas e carnes de caça na dieta. Isso revela um descompasso entre o potencial do país e o que chega às mesas.

Outro ponto é o impacto ambiental dos sistemas alimentares, que respondem por cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Para especialistas, repensar esses modelos com foco na diversidade e sustentabilidade é essencial para garantir comida no presente e no futuro.