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08/11/2022 08h23min - Geral
3 anos atrás

Dia Mundial do Urbanismo: Ciência promove organização e acolhimento populacional em áreas urbanas

Arquiteto e docente do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL) aponta o que deve ser feito para uma cidade ser sustentável

foto: Wikipédia ► 
Fonte: Fonte Grande FM



Nesta terça-feira, 8, é comemorado o Dia Mundial do Urbanismo, uma ciência responsável pela organização da vida em sociedade. “Mas para se ter uma organização verdadeiramente útil do ponto de vista social, econômico e ambiental, pilares que promovem a sustentabilidade, é necessário que o poder público, em comunhão com a sociedade, tome diversas medidas e, entre elas, a elaboração de plano de mobilidade, de arborização e outros”, salienta Renan Silva, arquiteto e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL).Segundo dados do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades - Brasil (IDSC - Brasil), quase 70% dos municípios brasileiros estão com classificação baixa de desenvolvimento sustentável. O estudo, divulgado neste ano e que avaliou todos os 5.570 municípios a partir de 100 indicadores, também aponta que nenhuma cidade brasileira alcançou o nível “muito alto” proposto pelo índice.Renan Silva, que também é especialista em urbanismo, conta que o Dia Mundial do Urbanismo tem como função social alertar a população sobre a importância desse planejamento das cidades com base na ciência e em estratégias, para assim, buscar a promoção do bem-estar para todos.

“Aqui no Brasil, cerca de 85% das pessoas vivem em ambiente urbano. E o mundo gira em torno das cidades direta ou indiretamente. Então, a importância do urbanismo reside na importância da gente organizar a cidade em sociedade, que é majoritariamente urbana”, salienta. O arquiteto cita pontos que poderiam receber atenção a fim de proporcionar sustentabilidade às cidades. São eles: a atualização do Plano Diretor da cidade; a elaboração de um plano de arborização; de um plano de mobilidade; de um plano para resíduos sólidos; participação da sociedade para a construção desses marcos legais; reversão de processos de exploração predatória de recursos naturais, entre outras medidas.“Entre os principais problemas, pode ser apontada a questão da desigualdade no acesso a serviços, espaços e oportunidades de desenvolvimento. Essa desigualdade se manifesta de diversas formas, na questão de um acesso a um direito constitucional de habitação, na qualidade da habitação, onde é essa habitação - normalmente longe das centralidades, com relação às pessoas em maior vulnerabilidade. Geralmente, essas pessoas moram em locais distantes e/ou com a infraestrutura precária. Cabe propiciar um ambiente em que as pessoas possam ter melhor qualidade de vida”, ressalta.Como solução para esse problema, ele aponta a estratégia da construção de comércios em áreas onde há habitação, para proporcionar dinamicidade e desenvolvimento na região em questão. Dessa forma, o deslocamento para os postos de trabalho ou outros lugares, poderiam ser facilitados.

O docente também avaliou a importância da presença de arte nas cidades, representadas por pinturas em espaços públicos, grafite, monumentos e outras intervenções artistas. Ele reforça que a presença dessas representações causam um sentimento de pertencimentos às pessoas que utilizam aquele espaço público e que, consequentemente, gera um interesse coletivo em manter a manutenção daquele espaço.Renan também frisa que as cidades dos interiores, por terem menor disseminação territorial e população, possuem potencial de protagonismo, quando comparadas com as grandes cidades, para a promoção de transportes ativos, que são a variedade de meios de transportes públicos de qualidade e meios sustentáveis, a exemplo das bicicletas.E por fim, o docente cita exemplos de cidades do Brasil e do mundo, que foram capazes de se destacar na promoção da sustentabilidade. São elas: Fortaleza, no Ceará, por ter conquistado prêmios nacionais e internacionais de sustentabilidade e avanço na mobilidade, e Bogotá e Medellín, na Colômbia, que eram cidades sitiadas pelo narcotráfico e foram transformadas, a partir dos anos 90, em modelos de urbanismo.

Fonte: Tribuna Hoje



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