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13/03/2025 17h30min - Educação
3 meses atrás

Desafios na aprendizagem da escrita: reflexo da educação e da inclusão social no Brasil


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Fonte: Fonte Grande FM



A escrita é um dos pilares da educação e um poderoso instrumento de inserção ou exclusão social. No entanto, representa um grande desafio para muitos estudantes brasileiros. Muitos chegam ao ensino médio com dificuldades para estruturar textos coesos e dentro da norma padrão, o que afeta seu desempenho em avaliações como o Enem e vestibulares, além de impactar suas esferas social e profissional.

O problema vai além da falta de prática. A transição da oralidade para a escrita exige um aprendizado específico que muitas vezes não recebe a atenção necessária nas escolas. Desde a infância, a fala é adquirida naturalmente, enquanto a escrita é uma construção cultural que precisa ser ensinada e praticada. Alunos costumam trazer marcas da oralidade para seus textos, como repetições e desvios ortográficos influenciados pela fala cotidiana.

O contexto sociocultural do aluno também impacta essa transição. Estudantes com acesso a livros e um ambiente de leitura estruturado tendem a desenvolver mais habilidades na escrita. Já aqueles que crescem em ambientes predominantemente orais podem encontrar mais dificuldades para se adaptar às exigências da escrita formal.

Para superar esses desafios, é importante que as escolas adotem estratégias didáticas que considerem essas diferenças e auxiliem os alunos sem desvalorizar sua bagagem linguística. Ensinar a escrita não significa apenas corrigir erros, mas incentivar a reflexão sobre o uso da língua, mostrando que a norma padrão é apenas uma variação entre muitas outras.

Uma abordagem eficaz consiste em integrar práticas de análise linguística e reescrita, permitindo que os estudantes compreendam como adaptar seu discurso ao contexto formal. Além disso, oferecer feedback construtivo e propor atividades que envolvam a produção de textos reais e significativos pode tornar o aprendizado mais dinâmico e próximo da realidade dos alunos.

A alfabetização plena não se resume a ler e escrever palavras, mas a compreender e produzir textos de maneira eficaz. Valorizar essa competência é investir no futuro dos estudantes e garantir que eles possam se comunicar de forma clara e assertiva em qualquer contexto. A escrita é mais do que uma habilidade técnica: é um direito, e cabe à educação garantir que todos tenham acesso a esse conhecimento de forma inclusiva e eficaz.



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