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Dependência de importação de fertilizantes expõe fragilidade do Brasil
O Brasil é o maior importador mundial de fertilizantes, responsável por 23% da demanda global, mas continua vulnerável a variações externas de preço, oferta e transporte. A concentração da produção em países como Rússia e China, que dominam 41% das exportações, limita o poder de negociação brasileiro. Em 2024, o país trouxe 44 milhões de toneladas, sendo 43% potássicos, 35% nitrogenados e 22% fosfatados, com destaque para o potássio, 97% importado e 40% vindo da Rússia.
A dependência expõe o agronegócio a oscilações de preços, que já chegaram a subir 129% em crises recentes. Além disso, a logística é considerada frágil, pois depende de rotas internacionais sensíveis, como os estreitos de Hormuz e Suez, e enfrenta gargalos internos, como transporte rodoviário limitado e concentração de desembarques em poucos portos.
O estudo do Insper Agro sugere diversificação de fornecedores em países mais estáveis, como União Europeia e Marrocos, além de revisão de políticas fiscais e maior coordenação nos portos de Paranaguá e Santos. Para o longo prazo, recomenda atrair empresas com tecnologia avançada e estimular parcerias público-privadas, além de fortalecer a chamada “diplomacia dos fertilizantes”.
Representantes do setor alertam que a falta de segurança jurídica trava investimentos e mantém a dependência externa. Bernardo Silva, do Sinprifert, destacou que insumos como o enxofre são quase totalmente importados, apesar do potencial nacional em gás natural e jazidas minerais. Mesmo com o Plano Nacional de Fertilizantes, que prevê reduzir a dependência para cerca de 50% até 2050, especialistas avaliam que o Brasil seguirá dependente das importações, já que a execução das metas avança lentamente.
Fonte: BrasilAgro
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