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04/10/2023 17h30min - Esporte
11 meses atrás

Como funciona a pontuação na Ginástica Artística?


Foto: Reprodução/Instagram @cbginastica ► 
Fonte: Fonte TV Cultura / UOL



O Campeonato Mundial de Ginástica Artística de 2023, que acontece na cidade de Antuérpia, Bélgica, garantiu vaga para a seleção feminina brasileira nas Olimpíadas de Paris em 2024.

Rebeca Andrade, o principal destaque da equipe, finalizou a etapa classificatória com 56,599 pontos no individual geral, mas nem sempre o sistema de avaliação considerou números centesimais.

Até os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, a pontuação máxima era o clássico 10. Foi preciso 48 anos para que a primeira ginasta conseguisse atingir a nota 10 nas Olimpíadas, com a romena Nadia Comaneci nos Jogos de Montreal em 1976.

A partir de então, a nota 10 se tornou cada vez mais comum nas competições, o que levou a Federação Internacional de Ginástica (FIG) a criar o Código de Pontos em 2006, estabelecendo a nota perfeita como quase inalcançável.

Entenda como funciona o Código de Pontos:

Básico

A nota é dividida em duas partes: pontos de dificuldade e pontos de execução. A primeira avalia a complexidade das acrobacias do atleta; a segunda observa se os movimentos foram realizados de maneira adequada.

Uma série com alto grau de dificuldade tem nota acima de 6, próximo a 7. Já para a execução, a nota máxima é 10 e os erros técnicos e artísticos são descontados.

O total é a soma dos dois componentes, que em teoria chega a 20 pontos - mas isso nunca aconteceu. Atualmente, as maiores notas em competições de alto nível chegam a 17 pontos.

Dificuldade

Durante a apresentação do ginasta, dois avaliadores de dificuldade anotam cada movimento realizado. Eles são responsáveis também por verificar se o atleta realizou os exercícios obrigatórios de cada aparelho, que já garantem 2,5 pontos de dificuldade.

Além dos exercícios obrigatórios, cada ginasta precisa incluir outros movimentos em uma série. Esses movimentos são segregados no Código de Pontos em categorias de A a I.

Uma acrobacia do tipo A vale 0,1 pontos, uma do tipo B vale 0,2 e assim por diante. O duplo twist carpado, especialidade da ex-ginasta Daiane dos Santos, é categoria G e vale 0,7.

Para a pontuação de dificuldade, os juízes selecionam somente as oito acrobacias mais difíceis no feminino e as dez mais difíceis no masculino - top 8 e top 10. Os dois juízes discutem e entram em consenso sobre a nota de dificuldade para anunciá-la.

Uma acrobacia só é contabilizada uma vez, portanto repetir o mesmo exercício de categoria G não incrementa a nota. Uma estratégia para aumentar a pontuação de dificuldade é a conexão de movimentos. A ginasta chinesa Shang Chunsong, por exemplo, completa suas acrobacias de solo sempre com um mortal para frente.

Execução

Cinco juízes são responsáveis por avaliar a execução da série. Eles devem observar quaisquer inconsistências nos movimentos, seja pernas separadas, joelhos dobrados, desequilíbrios etc.

Ao contrário dos pontos de dificuldade, que começam do zero e são acrescentados, os pontos de execução partem do 10 e vão diminuindo conforme os ginastas cometem erros.

O Código de Pontos também prevê a classificação das falhas, de leve (desconto de 0,1) a grave (desconto de 1,0), mas ainda é mais subjetiva que a categorização de dificuldade das acrobacias. Por isso, não é necessário consenso entre os juízes de execução. A nota mais alta e a mais baixa são descartadas e os pontos atribuídos são a média das três restantes.

VAR?

O treinador pode contestar somente a nota de dificuldade, mas deve ser feito antes que o próximo atleta termine sua série e os juízes reavaliam por vídeo. Já a nota de execução é conferida pelo Painel de Referência (outros dois juízes) antes de ser divulgada, e não há como questionar.

Competição

Os campeonatos costumam ser divididos em duas etapas: classificatórias e finais. Cada atleta participa de três rankings: por equipe, individual e por aparelho.

 Um time disputa cada aparelho com quatro atletas, mas só as três melhores notas são contabilizadas. A nota geral é a soma do desempenho dos ginastas e os oito melhores times seguem para as finais por equipe.

A mesma nota é usada para classificar os 24 melhores competidores para as finais individuais gerais - ou seja, em todas as especialidades.

Para as finais por aparelho, são elencados os oito melhores em cada prova. No total, são 14 medalhas de ouro em disputa, considerando as modalidades feminina e masculina.

 



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TV Cultura / UOL
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