Atração no ARS
NO AR
Tocando agora
VOCÊ CURTE
EM DOURADOS
23/10/2024 13h00min - Dourados
6 meses atrás

Colaborando para pesquisas no Brasil e até na Espanha, horto da UFGD abre portas para população


Foto reprodução: Dourados News ► 
Fonte: Fonte Dourados News



O Horto de Plantas Medicinais da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), um espaço que vem se destacando como referência em ensino, pesquisa e extensão. Com uma área de dois hectares e mais de 100 espécies de plantas medicinais, o local tem atraído a atenção de pesquisadores e estudantes de diversas áreas, além de beneficiar a comunidade com doações de mudas e visitas guiadas.

Implantado em 1997, o Horto oferece suporte a diversos cursos como Biologia, Biotecnologia, Agronomia, Farmácia, Engenharia de Alimentos e Medicina. A professora e engenheira agrônoma Maria do Carmo Vieira, que coordena o projeto, destaca o papel estratégico da área no desenvolvimento científico. “Aqui, as plantas que cultivamos são utilizadas em análises clínicas e biológicas de laboratório, e o conhecimento gerado impacta diretamente quase todos os cursos de graduação da UFGD, mestrado e doutorado, além de colaborar com universidades do Brasil e de outros países, como a Espanha”, afirma.

Além de promover a ciência, o Horto tem contribuído para resgatar a importância das plantas medicinais, que há séculos eram o principal recurso terapêutico das populações.

“Hoje, as plantas medicinais são reconhecidas pelo Ministério da Saúde, e 12 delas podem ser prescritas por profissionais de saúde no SUS, além dos fitoterápicos que estão no mercado. A credibilidade está aumentando”, explica Maria do Carmo, ressaltando que o interesse pelo uso de plantas medicinais está crescendo devido ao baixo custo e à menor incidência de efeitos colaterais em comparação com medicamentos industrializados.

Maria do Carmo enfatizou ainda que, em comunidades isoladas, como as indígenas, as plantas ainda são o principal recurso terapêutico.

“Muitas populações só têm acesso a esse material. Com base nesse conhecimento tradicional, os pesquisadores vêm intensificando suas pesquisas nos últimos anos”, afirmou. 

O trabalho desenvolvido no Horto também tem um forte viés de sustentabilidade.

Segundo Maria do Carmo, além de serem consumidas em forma de chás, muitas plantas medicinais podem ser inseridas na alimentação cotidiana, como é o caso do açafrão, orégano, hortelã, o que reduz o uso de temperos industrializados e ajuda a preservar o meio ambiente. "Estamos em um momento crucial. Ou cuidamos do planeta ou comprometemos o futuro da raça humana", alertou a professora.

Ao longo de sua trajetória, o Horto não apenas atendeu demandas acadêmicas, mas também fomentou projetos de preservação de espécies nativas, como a guavira, fruto símbolo de Mato Grosso do Sul.

"Estudo há mais de 20 anos as plantas nativas, como a guavira, pimenta rosa e marmelo do cerrado. Defendemos muito a preservação da guavira, pois ela tem um potencial medicinal enorme e pode ser usada de diversas formas, desde o chá até a fabricação de geleias e sorvetes", explica. 

Conforme Maria do Carmo, além de servir como uma base sólida para o ensino e a pesquisa, o Horto também tem garantido recursos para a universidade, beneficiando tanto a comunidade acadêmica quanto a população em geral. “Vários projetos do horto foram aprovados por órgãos de fomento, o que trouxe recursos para a universidade e para as pesquisas desenvolvidas no local. O Horto é a base de muita coisa. Ele beneficia diretamente os alunos, os pesquisadores e toda a comunidade", finalizou a engenheira.

O trabalho de preservação e pesquisa realizado no Horto também se expande para a comunidade.

O espaço está aberto para visitas guiadas, que podem ser agendadas por qualquer pessoa ou grupo, como escolas, grupos de idosos e unidades básicas de saúde.

“A gente doa mudas para escolas, grupos de idosos, produtores rurais e qualquer pessoa interessada. Além disso, ajudamos a implantar hortos em escolas e unidades de saúde, promovendo o conhecimento sobre plantas medicinais”, conta Maria do Carmo.

As visitas podem ser agendadas diretamente com a professora Maria do Carmo pelo e-mail mariavieira@ufgd.edu.br ou pelo telefone (67) 99219-8937.

Crédito matéria: Cristina Nunes/ Dourados News 



•  


Usamos os cookies e dados de navegação visando proporcionar uma melhor experiência durante o uso do site. Ao continuar, você concorda com nossa Política de Privacidade.