18h atrás
Cientistas testam tratamento universal contra gripe que resiste a mutações

Pesquisadores do The Jackson Laboratory, nos Estados Unidos, desenvolveram um tratamento experimental capaz de combater diversas cepas do vírus da gripe, mesmo após mutações genéticas. A terapia foi testada em camundongos e apresentou resultados promissores, com proteção duradoura mesmo quando aplicada dias após a infecção.
O tratamento utiliza anticorpos monoclonais adaptados para atacar o vírus da gripe. Durante os testes, os anticorpos mostraram resistência a mutações virais por mais de um mês, protegendo os animais contra cepas altamente patogênicas, como a gripe aviária H7N9. A taxa de sobrevivência chegou a 88%, mesmo quando o tratamento foi administrado cinco dias após o contágio.
Além de aumentar a sobrevivência, os anticorpos reduziram a carga viral nos pulmões e aliviaram os sintomas, indicando que a terapia pode ser eficaz tanto na prevenção quanto no tratamento da gripe. Os cientistas acreditam que essa abordagem pode superar limitações dos medicamentos atuais, que perdem eficácia diante de alterações genéticas do vírus.
Apesar dos avanços, os testes foram realizados apenas em animais. O próximo passo será iniciar ensaios clínicos em humanos para avaliar a segurança e a eficácia da terapia. Esses estudos são fundamentais antes de qualquer aplicação comercial ou uso generalizado.
Se aprovado, o tratamento poderá transformar a forma como lidamos com surtos sazonais de gripe, reduzindo mortes, internações e a necessidade de atualizações anuais das vacinas. No entanto, os especialistas reforçam que ele não substituirá completamente a imunização tradicional, mas poderá ser usado em conjunto com ela.
A imunologista Silke Paust, uma das autoras do estudo, destacou que esta é a primeira vez que se observa uma proteção tão ampla e duradoura contra a gripe em um sistema vivo. Enquanto os testes em humanos não começam, medidas como vacinação anual, higiene respiratória e ambientes ventilados continuam sendo essenciais para evitar a propagação do vírus.
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