3 semanas atrás
Cientistas descobrem evidências de floresta antiga na antártica, revelando passado quente e úmido do continente
Cientistas do Instituto Alfred Wegener de Pesquisa Polar e Marinha, na Alemanha, descobriram evidências de uma floresta pantanosa e densa que existiu entre 83 e 92 milhões de anos atrás na Antártica Ocidental. Este ecossistema antigo, surpreendentemente localizado no continente mais ao sul do planeta, abrigava um ambiente rico com insetos, flores, samambaias e, principalmente, árvores coníferas. As descobertas revelam aspectos inéditos da Antártida, que foi muito mais quente e úmido durante o período Cretáceo do que se imaginava.
Uma equipe de cientistas encontrou âmbar, uma resina fóssil, com marcas de coníferas que dominavam essa floresta. Este cenário antigo, segundo os pesquisadores, era semelhante às florestas modernas da Nova Zelândia e da Patagônia. O âmbar, fossilizado e preservado, é uma relíquia do passado climático da Antártida e sugere que o continente abrigava árvores que produziam resina, algo incomum na Antártica de hoje.
A descoberta aponta para condições climáticas muito diferentes das atuais, como a Antártida, períodos de calor e umidade suficientes para sustentar florestas densas. Esse ecossistema prosperou num dos períodos mais quentes da história da Terra, quando o planeta era frequentemente atingido por incêndios florestais, conforme sugerem evidências vulcânicas encontradas na região. Esses incêndios eram, possivelmente, comuns, ajudando a moldar a paisagem da época.
O processo de fossilização do âmbar provavelmente graças a altos níveis de água que cobriram rapidamente a resina das árvores, protegendo-a da radiação ultravioleta e oxidação. Este achado é o primeiro registro de âmbar do Cretáceo na Antártica, antes encontrado apenas em locais como a Bacia de Otway, na Austrália, e na Formação Tupuangi, na Nova Zelândia. Isso reforça a hipótese de que todos os continentes passaram por períodos climáticos que permitiram o crescimento de florestas produtoras de resina.
Agora, os pesquisadores buscam entender melhor como era o ecossistema da Antártida naquela época e o que levou à extinção dessa floresta. Uma possibilidade é que incêndios possam destruir parte do terreno, mas mais estudos são necessários para confirmar essa possibilidade. A equipe também espera investigar como a separação da Antártida da Austrália e da América do Sul, ao mover-se para o polo sul, contribuiu para a transformação radical do continente e o surgimento do atual ambiente gelado.
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