Cartilha sobre saúde ocular na infância orienta pais e professores

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O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) lançaram nesta segunda-feira (4) a cartilha Saúde Ocular na Infância. O material oferece orientações práticas para familiares e educadores sobre os cuidados com a visão de crianças e adolescentes.

A cartilha aborda temas como conjuntivite, terçol, uso correto de óculos e maquiagem infantil. Também traz informações sobre o desenvolvimento visual desde o nascimento e recomendações para exames oftalmológicos.

Entre os problemas comuns estão a conjuntivite viral, que causa vermelhidão e coceira, e o terçol, uma bolinha dolorosa na pálpebra. Compressas frias ajudam na conjuntivite; já para o terçol, são indicadas compressas mornas e massagens suaves.

Para crianças que usam óculos ou lentes de contato, o acompanhamento médico regular é essencial para garantir o uso correto e ajustar a graduação.

Segundo a OMS, 80% dos casos de cegueira infantil poderiam ser evitados com diagnóstico precoce. Problemas como miopia, hipermetropia e astigmatismo afetam até 18,63% das crianças.

Muitos desses problemas não apresentam sintomas no início. Pais e professores devem observar sinais como dificuldade para enxergar a lousa, aproximação excessiva de telas e dores de cabeça.

A cartilha destaca marcos visuais importantes: aos 1 mês, o bebê deve fixar o olhar; aos 3 meses, acompanhar objetos; aos 9 meses, reconhecer rostos. Desalinhamento dos olhos ou reflexo esbranquiçado na pupila são sinais de alerta.

Mesmo sem sintomas, o exame oftalmológico é recomendado entre 6 e 12 meses e entre 3 e 5 anos. O cuidado precoce é essencial para garantir uma visão saudável na infância.

A obstrução do canal lacrimal, comum em bebês, provoca lacrimejamento constante. Massagens leves no canto dos olhos podem ajudar, mas se persistir após um ano, é preciso procurar um médico.

O uso excessivo de telas também preocupa. A cartilha recomenda evitar telas antes dos 2 anos e limitar o uso a até 3 horas por dia na adolescência. A regra 20-20-20 — a cada 20 minutos de tela, olhar para algo a seis metros por 20 segundos — ajuda a aliviar o esforço visual.

Atividades ao ar livre com luz solar indireta são benéficas para o desenvolvimento da visão. A cartilha também orienta sobre prevenção de acidentes domésticos, como o uso de óculos de proteção e cuidado com objetos cortantes e produtos químicos.