Atração no ARS
NO AR
Tocando agora
VOCÊ CURTE
EM DOURADOS
14/08/2025 09h30min - Meio Ambiente
4 semanas atrás

Brasil reciclou 97,3% das latinhas de alumínio em 2024


Divulgação/Recicla Latas ► 
Fonte: Fonte Grande FM



Em dias de jogo no Maracanã, é comum ver torcedores consumindo bebidas em latinhas antes de entrar no estádio, já que esses itens são proibidos no interior da arena. Antes mesmo de serem descartadas nas lixeiras, muitas dessas latas já são recolhidas por catadores, que atuam de forma intensa e organizada. Esse trabalho, muitas vezes realizado por pessoas em situação de vulnerabilidade, contribui diretamente para os altos índices de reciclagem no Brasil.

Segundo dados divulgados pela Recicla Latas, associação mantida por fabricantes e recicladores de alumínio, o país atingiu em 2024 uma taxa de reciclagem de 97,3% das latinhas comercializadas. Esse desempenho reforça uma tendência de longa duração: são 16 anos consecutivos com índices acima de 96%. Em 2022, o número chegou a 100,1%, com mais latas recicladas do que vendidas, e em 2023, o índice foi de 99,6%.

A logística reversa, prevista na Lei 12.305/2010, é apontada como um dos pilares desse sucesso. O sistema brasileiro se destaca pela articulação entre fabricantes, recicladores e associações como a Abal e a Abralatas, que atuam em parceria com a Recicla Latas. As latinhas, após o descarte, voltam às prateleiras em até 60 dias, mostrando a eficiência da cadeia de reaproveitamento.

Para os representantes do setor, a reciclagem vai além da questão ambiental. A presidente da Abal, Janaina Donas, afirma que o Brasil é referência global em economia circular, e que a reciclagem representa também uma estratégia de competitividade e segurança de suprimento. Já Cátilo Cândido, da Abralatas, destaca o impacto social da atividade, que gera renda e oportunidades em todas as regiões do país.

O Movimento Nacional dos Catadores estima que existam cerca de 800 mil catadores no Brasil. Em 2020, foi firmado um termo de compromisso entre o setor e o Ministério do Meio Ambiente, prevendo investimentos para melhorar a renda e as condições de trabalho desses profissionais. No entanto, líderes da categoria apontam que ainda há desafios importantes a superar.

Roberto Rocha, presidente da Ancat, defende que os catadores sejam remunerados não apenas pelo material entregue às recicladoras, mas também pelo serviço de coleta. Ele propõe que prefeituras, com apoio da iniciativa privada, custeiem esse trabalho, e que políticas públicas incluam também os catadores autônomos, que não estão vinculados a cooperativas. Segundo Rocha, essa valorização é essencial para dignificar a profissão e fortalecer a cadeia da reciclagem.

*Fonte: Agência Brasil



•