9 meses atrás
Biólogos tentam salvar fauna ameaçada pelo fogo no Pantanal

Quatro anos após os incêndios devastadores que destruíram cerca de 30% do Pantanal, o fogo volta a ameaçar a fauna desta região, considerada um santuário da biodiversidade. Enquanto brigadistas, militares e voluntários trabalham para apagar as chamas, biólogos e veterinários se dedicam a minimizar o sofrimento dos animais. O biólogo Wener Hugo Arruda Moreno, do Instituto Homem Pantaneiro, alerta que a biodiversidade está sob grande estresse e que espécies podem ser perdidas permanentemente devido aos incêndios repetitivos.
Desde 2021, o Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap) monitora, avalia e resgata animais afetados por desastres ambientais. Este grupo, composto por representantes de várias instituições, atua no Mato Grosso do Sul e também auxiliou em outros desastres, como as enchentes no Rio Grande do Sul. A experiência do Gretap é essencial para lidar com a crise atual no Pantanal, onde os incêndios já superam os recordes de 2020 em intensidade e extensão.
Estudos indicam que os incêndios de 2020 no Pantanal mataram diretamente cerca de 17 milhões de vertebrados, com maior mortalidade entre serpentes, roedores e aves. Este ano, as autoridades relatam o maior número de focos de incêndio no bioma dos últimos 26 anos, e a área queimada em junho superou a média histórica para o mês. A seca persistente e o clima quente agravam a situação, aumentando a dificuldade de controle das chamas.
O combate aos incêndios no Pantanal é um trabalho árduo e perigoso. As equipes precisam usar drones e ferramentas de geoprocessamento para avaliar as áreas afetadas antes de enviar pessoal, evitando riscos adicionais. A velocidade de propagação do fogo pela vegetação seca torna o trabalho ainda mais desafiador. Apesar dos esforços, muitos animais sofrem com a destruição de seus habitats e a escassez de recursos.
Paula Helena Santa Rita, coordenadora do Gretap, enfatiza que as consequências para a fauna são devastadoras, desde a morte direta por incineração até a inanição por falta de alimentos. As perdas significativas de indivíduos podem afetar a reprodução das espécies. A equipe do Gretap continua monitorando a situação, oferecendo suporte nutricional e resgatando animais quando necessário, na esperança de minimizar os danos e preservar a biodiversidade do Pantanal.
•
Usamos os cookies e dados de navegação visando proporcionar uma melhor experiência durante o uso do site. Ao continuar, você concorda com nossa Política de Privacidade.