3 anos atrás
Azeites brasileiros estão despontando em competições internacionais
Apesar da produção limitada, os azeites extravirgens brasileiros possuem aromas, sabores e um frescor que não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo

Mundialmente famosos, os azeites do Mediterrâneo carregam tradição e são responsáveis pela maior parcela da produção de toda a indústria. Além de suas paisagens arrebatadoras que seduzem milhões de turistas todos os anos, Espanha, Itália, Tunísia, Grécia e Turquia estão na vanguarda deste mercado, segundo números do Conselho Oleícola Internacional (COI).
Mas um pequeno gigante começa a sair das sombras e já tem feito certo barulho lá fora: mesmo com uma produção limitada e bastante inferior ao volume dos países de liderança, os azeites extravirgens do Brasil têm despontado nos principais concursos internacionais da categoria.
Sejam monovarietais ou blends (a mistura entre diferentes cultivares), estes produtos puramente nacionais figuram em posições de prestígio ao lado dos mais conceituados produtores do mundo.
Assim, eles vêm conquistando espaço não somente na cena internacional mas também chamado a atenção do próprio mercado interno.
Autora do livro “Azeite-se” (Mentoria, R$ 159, 290 págs.), projeto que nasceu a partir da lacuna de informações sobre o azeite brasileiro, a azeitóloga Ana Beloto trabalha na área há 20 anos e degusta azeites nacionais desde 2011. Ela repara que o produto daqui possui fatores sensoriais frescos.
A profissional cita que os azeites são produzidos seguindo uma extração rápida no ponto ideal de maturação e chegam na casa do consumidor de forma ágil, fazendo com que os aromas e sabores permaneçam ressaltados, aspectos que ajudam a colocar o país numa posição de qualidade superior em relação ao produto.
O Rio Grande do Sul e a Serra da Mantiqueira, sobretudo no que condiz às fronteiras entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, são os principais polos produtores de azeite no Brasil.
Elevadas altitudes e temperaturas mais baixas dão condições propícias para a adaptação dos cultivares em solo nacional – vale lembrar que as oliveiras possuem origem na região do Cáucaso. Uma série de cuidados, porém, como a correção do solo para deixá-lo com pH básico, deve ser realizada a fim do seu desenvolvimento por aqui.
Com 32 associados, a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (ASSOOLIVE) registrou uma safra de 55,5 mil litros de azeite neste ano. A EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, afirma que a região Sudeste produziu ao todo entre 120 a 150 mil litros de azeites na safra.
“A grande força do azeite brasileiro é o fato dele ser um azeite fresco, não temos acesso a esse tipo de azeite quando ele vem de fora, já que o azeite europeu que chega aqui não é o mais fresco. Isso faz com que o mercado brasileiro para nós seja mais atrativo. É um azeite que o consumidor brasileiro não tem comparativo e é um produto superior em qualidade”, frisa Bob Vieira da Costa, do azeite Sabiá.
Tendo em vista o mercado nacional de azeites frescos, a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (ASSOOLIVE) lançou neste ano o Selo de Origem Certificada, que visa qualificar pelos próximos anos os azeites produzidos pelos associados, o que resulta em uma referência para o consumidor final.
fonte: CNN Brasil
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