4 meses atrás
Aumento de lançamentos de foguetes e satélites ameaça desencadear nova crise ambiental, alertam especialistas

O aumento significativo no número de lançamentos de foguetes e satélites pode desencadear uma nova emergência ambiental, de acordo com diversos estudos que já apontam os efeitos específicos desses equipamentos no meio ambiente. Nos últimos 15 anos, uma quantidade de foguetes lançados quase triplicada, enquanto o número de satélites em órbita foi aplicado, causando uma preocupante elevação no volume de detritos espaciais. Projeções indicam que até o final desta década, cerca de 100 mil naves espaciais poderão estar circundando a Terra, com a maioria pertencente a megaconstelações, como o Starlink da SpaceX. Além disso, o lixo espacial que reentra na atmosfera anualmente deve ultrapassar 3.300 toneladas.
Grande parte dos foguetes atuais utiliza combustíveis fósseis, liberando fuligem que pode elevar as temperaturas nas camadas superiores da atmosfera e afetar o equilíbrio térmico global. A incineração de satélites na atmosfera gera óxidos de alumínio, que também representam uma ameaça ao clima, podendo interferir no ozônio e no campo magnético terrestre. As emissões resultantes desses processos têm o potencial de destruição do ozônio, responsável por proteger a Terra da radiação ultravioleta (UV), além de causar anomalias térmicas na estratosfera.
Outro efeito preocupante é o acúmulo de poeira metálica na estratosfera, oriunda da queima de satélites, que pode enfraquecer o campo magnético da Terra, facilitando a entrada de radiação cósmica prejudicial. À medida que essas partículas permanecem por mais tempo na atmosfera, seus impactos se tornam mais duradouros, embora a extensão desses danos ainda seja desconhecida.
Apesar de a ameaça ambiental estar identificada, a ausência de regulamentações internacionais e de políticas claras sobre o tema dificulta a mitigação dos impactos. Nos EUA, a organização Public Interest Research Groups (PIRG) solicita à Federal Communications Commission (FCC) que suspenda os lançamentos até que os danos ambientais sejam avaliados, já que uma isenta da Lei Nacional de Proteção Ambiental, em vigor desde 1986, permite que essas missões são realizadas sem a análise devida. Atualmente, essa questão não é contemplada pelos tratados internacionais existentes, e especialistas alertam para a necessidade urgente de mudanças nesse cenário.
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